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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Qual a diferença entre Wagner, Dilma e Bolsonaro?

tonY Pacheco

Ontem, terça-feira, 28 de junho de 2011, no hiper-simbólico Palácio Rio Branco, o Governo do Estado da Bahia promoveu, através da sua Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, uma solenidade em homenagem ao Dia do Orgulho LGBT (para os ainda leigos, Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Eu estava lá.
Representando o Governo Jaques Wagner (PT), estava o coordenador da Promotoria de Combate ao Racismo do Ministério Público do Estado da Bahia, hoje secretário de Justiça do Estado da Bahia, Almiro Sena Soares Filho, um dos mais combativos membros do MP em todas as causas das "minorias" que são maioria: mulheres, negros, homossexuais, povos indígenas, que somados, são mais de 60% da população, seja na Noruega ou no Brasil. A maioria que não tem poder, não tem primazia econômica, mas tem uma voz determinada em Almiro.
Pois foi este representante de Wagner que presidiu a mesa da comemoração do Dia do Orgulho LGBT, mesa da qual também fez parte o decano do movimento de Direitos Humanos no Brasil, professor doutor Luiz Mott, presidente histórico do Grupo Gay da Bahia - GGB; o professor de Filosofia da UFBA, Ricardo Líper, membro deste nosso blog; o combativo deputado estadual Bira Coroa; presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, entre outros militantes da causa dos Direitos Humanos.
Na platéia, não menos combativos membros de entidades nacionais e internacionais, e também políticos comprometidos com a causa LGBT e dos Direitos Humanos, como a vereadora Vânia Galvão, do PT. Sem esquecer que foi a senadora Lídice da Mata, do PSB, quem conseguiu a verba para o livro que foi lançado na solenidade: "Boletim do GGB - 1981 - 2005", um relato chocante da violência homofóbica na Bahia, estado campeão brasileiro de assassinatos de ódio contra pessoas homoafetivas.

E DILMA E BOLSONARO COM ISSO?

A diferença entre Wagner, Dilma e Bolsonaro fica clara aí: enquanto Wagner, cuja carreira política foi forjada no sindicalismo, setor onde o político tem que conviver com os mais diferentes estilos de vida, pois trabalhador pode ser heterossexual, homossexual, mulher, negro, índio ou mesmo evangélico, Dilma é uma intelectual e Bolsonaro um militar "bon vivant", vivendo de polpudos rendimentos num país que não entra em guerra contra ninguém há mais de 120 anos...
Wagner criou na sua Secretaria de Justiça, um comitê de promoção da cidadania LGBT, e o entregou a um militante gay de Vitória da Conquista. Já Dilma Rousseff, depois de capitular perante os fundamentalistas cristãos do Congresso no caso da Cartilha Anti-Homofobia (que ela, autoritariamente, suspendeu), entregou a presidência do comitê nacional LGBT a um HETEROSSEXUAL. É o mesmo que entregar o ministério que cuida da promoção dos direitos dos negros brasileiros a um militante neonazista louro de olhos azuis vindo do interior de Santa Catarina... É o mesmo que entregar o ministério que cuida da promoção dos direitos da mulher a um machista misógino notório...
Já, Bolsonaro, do PP fluminense, é um caso típico de sociopatia (doença psicológica que se fundamenta na mais tenra infância por ter sido criado em ambiente autoritário, que forjou nele a negação de uma mundividência na qual respeite o direito alheio). Racista e misógino, Bolsonaro teve a coragem de desancar a filha do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, Preta Gil, ridicularizando-a por ser negra e uma mulher livre. Depois, arrematou esculhambando a senadora Marinor, do PSOL, por causa da defesa que esta senadora fez da Cartilha Anti-Homofobia.
Então, temos, aí, três tipos de político: Wagner, comprometido com as causas dos Direitos Humanos de todos e não só dos seus iguais. Dilma, amedrontada por ser mulher e notoriamente já refém das forças mais reacionárias do Congresso. E Bolsonaro, político de conduta nitidamente comprometida com o fascismo e a intolerância.
Nas próximas eleições, se você acredita em democracia eletiva, vote em quem você mais se identifica: um socialista, uma indecisa ou um intolerante.

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