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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Se o estupro é inevitável, eu quero gozar também.

TOny paChEco


"O meu primeiro ato como presidente será mandar para a cadeia um bocado de corruptos."
(Fernando Collor de Mello quando era candidato a presidente)

"Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder."
(Millôr Fernandes)


Muitos amigos estranham o fato de eu ser a favor do Trem Bala Rio-Campinas, das usinas hidrelétricas gigantes na Amazônia, da Ponte Salvador-Itaparica e, agora, do metrô unindo Lauro de Freitas ao Estádio da Fonte Nova com uma perna que vai até Pirajá.
Argumentam meus amigos que isto é dar trela à corrupção, pois, segundo eles (no que estão de mãos dadas com "Veja", "Folha de S. Paulo" e a grande imprensa que ainda não se vendeu...), este negócio de obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, foi uma invenção de Lula e de sua entourage para ganhar muito dinheiro nos próximos anos.
Pode até ser. Tudo indica que é.
Mas, o problema é o estupro. Estupro é uma das maiores violências que o ser humano pode perpetrar contra o outro. Mas, ao final, ele é realizado e apenas uma pessoa goza. Aquela que estuprou. Baseado em Freud, que defende a teoria de que somos seres gozosos e que viemos a este planeta com o único intuito de gozar, fico pensando: ora, em pleno estupro, com uma arma na cabeça, não seria melhor, ao final do ato, eu também gozar? É uma pergunta retórica escrota (literalmente), mas, é uma pergunta pertinente.
O mesmo se dá com os governos brasileiros.
Há como evitar que os governantes brasileiros atuais se locupletem loucamente com empreiteiros neste afã de construir estádios, ferrovias, metrôs e viadutos?
Quero uma resposta honesta. Há como evitar?
Eu, do alto de minha ignorância, acho que não há. Este é um ESQUEMÃO onde tanta gente vai ganhar dinheiro, que só uma minoria das castas dominantes não está satisfeita. Daí que mesmo com reclamações, a coisa tá andando...

Daí que eu, diante do inevitável das obras, QUERO SIM OBRAS DE PRIMEIRÍSSIMO MUNDO.

1) Não quero ferry-boat velho, quebrado, toda hora à deriva, na Baía de Todos os Santos. Não quero ficar apaniguando corrupção chinfrim de empresa incompetente que arma esquema para continuar INOPERANTE.
Quero uma Ponte Salvador-Itaparica. Se é pra ter roubo, que seja um ROUBÃO, daqueles gigantes, que tenha tanto dinheiro que sobre, ao final, uma ponte que vai servir a milhões de pessoas por séculos.

2) Se vai ter um ESQUEMA para colocar um sistema de transporte coletivo em Salvador que dure pelo menos 50 anos, por que tem que ser o pior sistema??? Queimando óleo diesel, poluindo nosso ar e tornando a paisagem feia, tudo lento, quebrado, sem ar condicionado (porque, claro, o ar condicionado de ônibus nunca funciona). Não. Nada de gastar 570 milhões. Que se gastem 3 ou 4 bilhões, enfiem no bolso e fiquem com a parte que quiserem mas, ao final, dêem ao povo de Salvador um metrô moderníssimo, com estações limpíssimas como as de São Paulo. Um metrô que transporte três vezes mais gente que qualquer outro sistema. Um metrô movido a ELETRICIDADE, COM POLUIÇÃO ZERO.
E lembro, Nova York, quando era uma cidade de um país emergente e havia ainda esgotos a céu aberto nas ruas: eles já tinham uma das maiores malhas metroviárias do mundo. É pensar PEQUENO, achar que nós não temos direito ao MELHOR.
Agora, sim, aqui e ali, vão ser DESVIADOS MILHÕES DE REAIS para contas nas Cayman, nas Ilhas do Canal, em Liechtenstein. E eu pergunto: não é melhor que roubem e deixem obras magníficas para todos NÓS usarmos, do que continuem roubando nos deixando engarrafados, chateados, humilhados dentro de um buzão fedendo a diesel?
Cada um escolha o seu estupro: com gozo ou sem gozo?

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