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sábado, 5 de novembro de 2011

O povo vota sempre certo

Ricardo Líper
Vamos acabar como essa lenga lenga de esculhambar o povo e o tornar responsável por ter colocado no poder  macacadas que só fazem ferrá-lo. Vou provar que o povo, e destaco o povo brasileiro, sempre soube votar. Mas comecemos por outro lado. Os intelectualoides e/ou geniozinhos, quando resolvem dá uma de diretor de teatro, ator pós- tudo, diretor de cinema, hermético em geral, genial, resultado, muitas vezes, de vários baseados e/ou cocaína, dizem que o povo é burro, alienado e ignorante. Isso porque preferem as baixarias a sua obra inteligente, de vanguarda etc. E ai eu pergunto a essa aristocracia da criação artística: como um povo que não sabe nem escolher corretamente o filme para assistir pode escolher o presidente da República? O geniozinho, em geral, não esperava por esse tipo de ponderação. E agora? Mas não só eles mas o próprio povo criou o mito que não se sabe escolher os políticos que nos governam. E quem sabe então? Deus? Isso é coisa de crente. Os universitários e seus professores até de política? Já tivemos não só presidentes, mas intitulados professores das mais reverenciadas, por aqui, universidades em postos importantes de comando e a desgraça foi a mesma. O povo brasileiro vota, assim como os povos de todos os países, em um único candidato a esperança.  Ele, prontamente, foi as urnas para eleger candidatos mais populares, ditos de esquerda. Portanto, votou certo sim. Só que o que se percebe é que as elites se alternam e não deixam muito de ser elites. Fazem alianças com antigos coronéis, escorregam aqui e ali. Mas o povo vota certo e vai votar certo até, como toda esperança, acerte um pouco mais. Digo não é acertar, totalmente, isso não existe. Um pouco mais. Varreu-se alguns dos acadêmicos e as oligarquias e a nova elite tenta corresponder as esperanças anunciadas, mas precisa negociar, precisa fazer e acontecer, derrapa aqui e ali. Tem de ter muito cuidado o povo vota sempre certo. E aí você me diz, por que elegem personagens populares e, aparentemente inadequados, para os cargos de mando? Em protesto e para ver também se já que os mais adequados não estão dando certo talvez os mais bizarros acertem. 

3 comentários:

  1. Não tinha pensando nisso, Ricão. Gostei.

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  2. O povo vota errado também; atribuir ao povo o poder da onisciência é um absurdo, atribuir ao povo a infalibilidade é substituir a crença em Deus pela crença na entidade povo. A esquisitice deste negócio é o sujeito escrever uma coisa dessas e dizer que não acredita em Deus; só pode ser coisa de anarquista de direita, e que acredita em Deus... Não está em discussão o direito do anarquista reaça, mas a análise do pensamento de direita, místico e irracional...

    O poder é resultado das relações sociais. Quem governa sem legitimidade, sem o consentimento do dono do poder, o povo, a sociedade, termina como Kadafi. Quem rema contra a legitimidade, o consentimento, termina caindo de podre como os Bolcheviques, que cairam do poder com o empurrão dos discursos do bom de vodka Boris Yeltsin em cima de um tanque e depois no Parlamento Russo em 1990.

    Não existe nada de miraculoso na origem do poder, é a coisa mais mundana que existe; sua força arrasadora não lhe dá a infalibilidade. Chega de misticismo e de puxa-saquismo do povo, chega de babação de ovo dos donos do poder.

    Não se fazem mais anarquistas como antigamente.

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  3. é vero.................

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