Filmes Comentários

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ ANO-NOVO!


tOnY pAcHeCo

                                                                  Angélique Kidjo

Desejo um 2013 repleto de saúde e alegria para todas as pessoas que compartilham comigo este micro-universo do Facebook e do blog http://osinimigosdorei3.blogspot.com e para marcar esta passagem do tempo, escolhi a música “Dara”, de Daniela Mercury, cantada por ela e pela beninense Angelique Kidjo, uma voz marcante que espero todos gostem. É uma música sobre mulheres e aí aproveito para lembrar muitas delas que passaram pela minha vida: minha mãe, Dona Elza; minha irmã Maria Thereza; tia Lair e minhas primas Ângela e Solange; minhas amigas de infância Lourdinha e Angélica; minhas cunhadas Marize, Sônia e Cristina; minhas sobrinhas Alecélia e Maria Eduarda, Lilian e Luana; minhas professoras dona Norma e dona Marta, madame Odete (Francês), mrs. Mayerli (Inglês); minha namorada Cidinha; minha colega de Baneb, Janice; e minhas amigas de hoje e de sempre, Cristina Sertão, Sônia Araújo (Sonita), Ângela Guimarães, Ângela Barreto, Tânia Lacerda, Ana Maria, Léa, Márcia de Souzza, Ilana Campos, Glazia, Eliane Curvello, Mara Velasco, as irmãs Telma e Cristina, todas mulheres maravilhosas que me ensinaram a acreditar que sempre podemos ser melhores que somos. Obrigado a todas e me desculpem as que não citei, pois a lista é imensa.
Feliz 2013 para todas e todos!

Copie o link e coloque na barra de endereços. No blog osinimigosdorei você encontrará a letra. Não tem vírus.



“DARA”
(Daniela Mercury)

Eu vi mulheres comuns
Virando rainhas
Eu vi um povo inteiro
Perseguindo a poesia

Eu vi a rua bela
Bela como elas
Enfeitadas de nanãs, iansãs
E oxuns e iemanjás

Mori omon kekere towa dje
Olorio
Mori awon arugbo to n'fe kowi
Mori obinrin to dara
Kpelou onan to dara
Monfe ri inanan, iiyansan, ioshun,
Yemandja

Branca
Balança suas ancas
Branca
Da cintura bem-feita

Deita, deita e me encanta
Entre congos e sambas
E sambas e congos
Congos e sambas

Preta, preta, preta, preta
Desfile sua nobreza
Mostre sua beleza
Se enfeite
Que a rua se enfeita

Branca, wa djo foun mi o
Mm branca, dje kiri idjore
O wadjo, wadjo, wa korin o
Entre congos e sambas
E sambas e congos
E congos e sambas

Preta, preta, preta, preta
Desfile sua nobreza
Mostre sua beleza
Se enfeite
Que a rua se enfeita

Eu vi a rua bela
Bela como elas
Enfeitadas de nanãs, iansãs
E oxuns e iemanjás

Aê aê mayangá, bereketu ê mayangá aê aê mayangá…

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Estupidez da Educação Estatal (1ª Parte)

____________________________


Carlos Baqueiro (cbaqueiro@terra.com.br)

Durante séculos a educação ficou reservada aos nobres e religiosos, e posteriormente, à burguesia que, na medida de sua ascensão, exigia os mesmos privilégios que detinham os aristocratas. 

Como os privilégios não chegavam a todos, a maior parte da sociedade não tinha nenhuma vantagem em todo o desenvolvimento construído pela educação. Na realidade, todo, ou quase todo, desenvolvimento na educação foi em detrimento da maioria dos indivíduos. 

Ainda no século XIX uma educação superior era defendida pelas classes nobres (inclusive burgueses) somente para elas. Muitos não se resignaram a aquele estado de coisas. Eram reprimidos. Presos, torturados ou mortos. Movimentos populares, sindicatos, entre outros, se mobilizaram e chegaram até a criar suas próprias escolas. 

E não só escolas, mas teatros e universidades, e toda uma gama de locais e organismos que tentavam criar uma nova cultura, transformando a existente em algo mais descentralizado e democrático. A burguesia de uma forma mais inteligente que a aristocracia sabia que aquele foi o mesmo caminho que ela tomou para ascender politicamente. Formar sua própria cultura. Portanto seria imprescindível criar instrumentos que dificultassem e anulassem aquela ascensão das classes populares e trabalhadoras. 

Com este intuito desde a Revolução Francesa aparecem as escolas públicas. Os ingleses abriram suas escolas já no século XVIII. Napoleão vai dar um acabamento final a aquelas instituições. Os pobres ignorantes seriam "educados" para tornarem-se bons cidadãos e trabalhadores disciplinados. O ensino público, gratuito e obrigatório, patrocinado por Estados Burgueses ou Socialistas, foi visto, equivocadamente, por boa parte das populações, como a melhor maneira de garantir a democratização do conhecimento. 

Poucas foram as vozes discordantes. William Godwin, filósofo inglês foi uma delas, já em 1793:
"... todo projeto nacional de ensino deveria ser combatido em qualquer circunstância pelas óbvias ligações com o governo, uma ligação mais temível do que a velha e muito contestada aliança da Igreja com o Estado. Antes de colocar uma máquina tão poderosa nas mãos de um agente tão ambíguo, cumpre examinar bem o que estamos fazendo. Certamente que o governo não deixará de usa-la para reforçar seu próprio poder e para perpetuar suas instituições". 
É claro que houve mais gente que acreditou em mudanças. Ivan Illich , acreditando em um mundo sem escolas; Paulo Freire , desejando uma escola que não fosse legitimadora do poder constituído; A.S.Neill , construindo a Escola de Summerhill na Inglaterra, acreditando que melhor seria educar um futuro gari feliz, do que um primeiro ministro neurótico. 

Mas a maioria dos educadores, inclusive mestres e doutores (formados pelo próprio Estado, é claro), parecem se prender a amarras, a correntes, como escravos que não desejam fugir do engenho.

JORNAL COMENTADO 27


tony paCHeco*
6:16 – 28.12.2012 – sexta-feira

COMO DESTRAVAR SALVADOR?

“Governo investirá R$1 bi para destravar trânsito de Salvador”
(Tribuna)

Com 972 milhões não se resolvem os problemas de mobilidade de Salvador. A GENTE QUER ACREDITAR NO GOVERNO ESTADUAL, mas eles fazem tudo pra gente NÃO CRER.
Não entendo nada, mas pelos seis anos em que trabalhei na SET/Transalvador no meio de algumas pessoas que realmente entendem, como coronel Adelson, Cristina Aragon, Gisnaia Sampaio, Armando Yokoshiro, Miriam Bastos, Valença, Alberto Gordilho, entre outros que a memória agora me falha, estas pessoas me ensinaram que há pontos indiscutíveis a serem atacados para destravar a cidade. Isto NÃO SIGNIFICA que as ideias abaixo sejam destas pessoas, pois não quero comprometê-las com algo que eu estou dizendo, mas que não é unanimidade entre elas:
1)    Um sistema de transporte de massa confortável, que SEDUZA A CLASSE MÉDIA a deixar o automóvel em casa ou em estacionamentos periféricos, como se faz em Nova York, Londres ou Paris. Sem um metrô eficiente, esqueçam mobilidade urbana. É METRÔ e ponto final.
2)    Nas vias alimentadoras do sistema metroviário, ônibus com ar condicionado e VIAS EXCLUSIVAS para que estes ônibus confortáveis e cumpridores rígidos de horários possam chegar até estações de transbordo ou nas estações do metrô.
3)    A Av. Luiz Viana (Paralela) não pode ter nenhum obstáculo de circulação e, portanto, em todas as interseções, como na altura da Av. Jorge Amado, Av. Professor Pinto de Aguiar etc., tem que se fazer “mergulhões”, túneis pelos quais se evita a colocação de semáforos (sinaleiras) e sistema de alças. E as pessoas devem transitar por passarelas. Enfim, a ligação entre os dois lados desta artéria vital não pode ter interrupções por conta das vias afluentes. E, claro, a nova avenida paralela à Paralela (sic) e as novas avenidas transversais têm que ser feitas já.
4)    O número de sinaleiras tem que ser reduzido drasticamente e o de quebra-molas mais ainda. Existe um limite para a distância entre uma sinaleira e outra. Em Salvador isto não é obedecido. A FISCALIZAÇÃO do trânsito tem que ser implacável com os que desrespeitam o pedestre, em vez de encher as ruas de equipamentos que atravancam a cidade.
5)    Um sistema de estacionamentos periféricos (tais como se adota no Carnaval) tem que ser instalado, dando ao proprietário de veículo particular um lugar para colocar seu carro e, ao mesmo tempo, chegar com conforto ao seu destino e no caso das motos, onde for possível, têm que ser criar CORREDORES EXCLUSIVOS, pois moto, hoje em dia, é sinônimo de travamento do trânsito.
6)    Passarelas de interligação bairro-a-bairro: por exemplo, ninguém entendeu, até hoje, porque a passarela entre o Garcia e o Tororó não foi concluída. Os pilares estão lá, prontos, desde a administração Mário Kértesz, mas o trabalho não foi concluído. Este tipo de ligação é especialmente compatível com bairros ao longo das avenidas Vasco da Gama, Suburbana, Bonocô, Ogunjá e tantas outras, e tira pessoas de dentro dos carros e dos ônibus, dando agilidade aos deslocamentos delas, sem aumentar a demanda por veículos nas ruas, particulares ou coletivos.
7)    Uma Lei de Carga e Descarga dura, DURÍSSIMA, tem que ser adotada, como em todas as cidades civilizadas. Nos horários de rush: entre 6 e 9 horas, entre 11 e 13 horas e entre 17 e 19 horas, não se pode encontrar veículos de carga de nenhum tamanho na cidade, sob pena de guinchamento. E as grandes e demoradas cargas só podem ser operadas à noite, entre 22 horas e 6 da manhã do dia seguinte. Sem isso, NENHUMA MEDIDA dá certo numa metrópole.
Tem muito mais coisa aí, mas, só estas sete já nos levam a dizer que 972 milhões de reais não dão nem pra começar... Então, não dá pra levar a sério.

* Formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

JORNAL COMENTADO 26


tony PACHECO*

5:47 – 27.12.2012 – quinta-feira

Eu sei quem “vandalizou” a estátua de Jorge

“Polícia abre inquérito para identificar autor de vandalismo contra escultura”
(Correio)
Espírito anarquista de Zélia lascou um beijo no rosto do companheiro Jorge

Nem precisava de tanto "rebuliço" da mídia e da Polícia: aquilo é obra do espírito anarquista de Zélia Gattai, mulher de Jorge Amado, que também faz parte do monumento. Anarquistas são, por princípio, iconoclastas, portanto, tudo que é ícone é um bom alvo para um protesto. Não estou aqui a justificar, só a constatar.
Para quem não sabe (e, por sinal, a mídia parece não saber e os policiais também...), na obra literária de Zélia Gattai destaca-se o livro “Anarquistas, Graças a Deus”, memórias da vida familiar de Zélia publicado em 1979 e que virou minissérie na platinada Rede Globo, em 1984. Na obra, Zélia revela que seus pais eram militantes anarquistas italianos. Vieram de Florença para o Brasil. O pai, “seu” Ernesto, um admirador de automóveis como eu (hehehehehe), e “dona” Angelina, filha de católicos originários do Vêneto (norte italiano): neste mundo familiar viveu Zélia, não por acaso, uma mulher que sempre viu criticamente a militância do seu marido no Partido Comunista Brasileiro (aquele, histórico, não o sucessor, o PCdoB, das malas de dinheiro na garagem do Ministério, das “obras” da Copa, “obras” das Olimpíadas, ONGs...), já que o PCB, à época, era stalinista. Sim, Jorge Amado defendia o autor intelectual e material de milhões de assassinatos na Rússia (então chamada União Soviética).
Em “Anarquistas, Graças a Deus”, Zélia também dá um grito de independência em relação ao marido, já então, em 1979, rompido com os stalinistas. O livro da escritora, também homenageada na estátua do Rio Vermelho, é da mesma origem rebelde daquilo que chamam agora de “vandalismo”.
Naquele A circulado, como se fora uma antecipação da futura Internet, onde o A é minúsculo, mas circulado e interrompido, está O BEIJO do espírito de Zélia no marido, como a querer lembrá-lo que a vida NÃO PODE SER TÃO SÉRIA.
Post scriptum: ah, e para os jornalistas e policiais, um conselho – se vamos mesmo cuidar, a partir deste momento, da estatuária do município de Salvador, eu aconselho a deixar um pouquinho a estátua de Jorge e Zélia de lado e verificar que A MAIORIA ABSOLUTA de nossas estátuas está vandalizada, sem aspas, e nunca ninguém se deu ao trabalho de ver o que está acontecendo. Se vamos investigar, investiguemos todos os casos.

“Horóscopo”
(Correio)

Este Oscar Quiroga, horoscopista do “Correio”, tem saques geniais.
No meu signo (Leão), hoje, ele diz: “Reunir-se com as mesmas pessoas de sempre não garante a mesma experiência. Acontece que as pessoas são sujeitas a mudanças de humor e, às vezes, a combinação de várias delas presentes acaba produzindo discórdia.”
Jesus, meu pai! Este homem é psicanalista, sociólogo, muito mais que horoscopista.
De fato, com essa consciência, passei 15 réveillons de minha vida em lugares totalmente diferentes, vendo gente que nunca tinha visto. Fortaleza, Belém, Natal, Recife, Ilhéus, Maceió, Búzios, Porto Seguro, Juiz de Fora, Rio de Janeiro. Enquanto tive ânimo e di$$$posição, fiz isso pois intuí que se ficasse com os meus, ia apenas ver nossos problemas serem POTENCIALIZADOS pelo álcool e, em alguns casos, por outras substâncias que eu não uso (não por serem ilegais, apenas porque minha TAQUICARDIA não deixa), mas cada vez mais gente usa.
É uma mistura diabólica. Siga o horóscopo de Quiroga, evite réveillon com familiares e gente íntima demais. Se não puder viajar ou ir para um réveillon chic no qual não conheça ninguém, então pegue uns bons filmes e um bom vinho e fique em casa. Não esqueça do filme “Parente é serpente”. Se não conseguir na locadora nem no pirateiro, baixe na Internet. Você vai entender o que Quiroga quis dizer com “a combinação de várias delas presentes acaba produzindo discórdia”...



 “Taxistas estão cobrando pelo ar condicionado”
(Tribuna)

Mas tem cada uma que se lê em jornal que só duas...
Cobrar por ar condicionado ESTÁ PREVISTO NA LEI. Não é nada de irregular. Só quem não entende nada de automóvel estranha a cobrança prevista na lei. Ora, ainda não se inventou um aparelho de ar condicionado que não exija do motor do carro MAIS CONSUMO DE COMBUSTÍVEL. Se na nossa casa, o aparelho domiciliar é o que mais puxa energia do relógio da Coelba, no carro é a mesma coisa: ligou o ar, o motor gira mais e consome mais álcool, gasolina ou gás. Não tem escapatória. Quer ar, pague mais. É lei.

“De dona Maria para seu Barbosa”
(Correio)

Uma delícia a carta que Emmerson José escreve assinando com o alter ego “dona Maria”. Ele alfineta tudo na pág. 2 do “Correio” de hoje: a vagabundagem que é esta lei do menor, no Brasil, que criou os “soldados jovens do crime”, pois toda quadrilha de traficante, ladrão e assassino que se preze tem MAIORIA de homens de frente aquela meninada entre 12 e 18 anos, que pode vender crack, roubar e matar pessoas sem que lhes aconteça NADA. Só ir passar umas férias em instituição de “ressocialização” (como se isso fosse possível no mundo real...), na qual, na verdade, ATUALIZA-SE AS TÉCNICAS DO ROUBO, DO ASSASSINATO E DO TRÁFICO.
Também alfineta a Lei Seca, esta maneira que o Congresso e dona Dilma arranjaram para REARRUMAR AS FINANÇAS PÚBLICAS. Afinal, esquizofrenicamente, como compete, dá-se isenção de IPI para a compra de carros e COBRA-SE a isenção com o aumento das multas por dirigir o mesmo carro assim ou assado.
Valeu, Emmerson, você é mineiro, mas é muito bem humorado!

A BAHIA SEM LUZ E SEM ÁGUA

“323.367 domicílios não têm energia elétrica na Bahia. Cerca de um milhão de pessoas. Ainda bem que a Copa do Mundo vai resolver isso.”
(Paulo Barata, no Facebook)

“Manifestação trava trânsito na Estrada Velha do Aeroporto”
(A Tarde)

“Moradores fecham a Estrada Velha em protesto contra Embasa”
(Correio)

Paulo Barata, para quem não conhece (e ele nem me autorizou que o apresentasse, mas vou correr o risco...), é um baiano da gema que tive o prazer de me tornar amigo antes que mudasse para o Rio de Janeiro para fazer a vitoriosa carreira na TV fechada. Mais detalhes, vão ao Google. O que mais me lembro de Barata (que é parente dos Simões do jornal “A Tarde”), a quem chamo de “Paulin”, é o Corcel da família que ele veio me apresentar e vimos que apesar de fazer 14 km com um litro de álcool, o carro da Ford tinha um arranque fantástico. Hoje, nenhum carro popular tem um torque daquele e nenhum Ford, Fiat, Volks, Chevrolet  ou o que seja, faz mais do que 6 ou 7 km com um litro de álcool. Dobrou o consumo dos motores. Com a palavra os senhores usineiros e seus políticos amestrados...
Também me lembro de sentar no muro da casa da família de Barata na Ladeira do Bonfim, tomando vinho branco gelado no fim de tarde, e vendo os muitos turistas passando. Isso naquela época..., pois hoje, os sacizeiros não deixam mais ninguém subir a pé aquela ladeira, nem na Lavagem de janeiro, quanto mais (falo em causa própria, já fui assaltado duas vezes ali, uma em dias normais, outra numa lavagem).
Pois, “Paulin” mostra que está no Rio mas está ligado na Bahia. Sim, somos campeões em casas sem luz elétrica. Quase 1 milhão de baianos ainda na base do “fifó”, como diz meu amigo, o jornalista Alex Ferraz. É a Bahia “de todos os nós”. Parecem escoteiros: vá gostar de nó assim...

DIALÉTICA

E, onde tem luz, tem água. E, aí vejam a dialética jornalística. Enquanto “A Tarde” esconde na manchete a razão do protesto e coloca apenas a sua consequência (faltou água, eles colocam que teve engarrafamento), o “Correio” faz jornalismo e diz no título tudo. Já a “Tribuna” não viu o acontecimento que parou um quarto de Salvador no primeiro dia depois do Natal. E não foi o enterro de Dona Canô Veloso.
Mas, a Copa do Mundo está aí, com SEU LEGADO para a população: muita cerveja nos estádios, mas sem luz e água em casa. Kkkkkkkkkkk

* Tony Pacheco tem formação acadêmica em Psicanálise (SPOB), Jornalismo (UFBA), Economia (UFJF) e Radialismo (curso superior de radialismo de Itabuna-BA). Mas, nem sempre leva isso muito a sério, como agora.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

JORNAL COMENTADO 25


 TONY pacheco*

6:14 – 26.12.2012 – quarta-feira

"Brasileira suspeita de matar os filhos é presa"
(Correio)


Ísis amamenta filho Hórus: desde o Egito Antigo mito da mãe boazinha é alimentado

De Portugal vem a notícia de que uma brasileira moradora de Alenquer, matou os dois filhos, um de 1 ano e outro de 3 anos, num incêndio premeditado. Os vizinhos garantiram que era uma mulher “pacata, discreta e comedida”. Tudo isso aconteceu no dia 17 e a Polícia portuguesa a prendeu ontem.
Isto posto, lembramos que na véspera de Natal tomamos conhecimento de uma mãe baiana que entre uma cerveja e outra (quando não tá tomando umas “quentes”), abandona o filho à própria sorte, enquanto se delicia com este Verão estupidamente ensolarado de 2012. Ainda briga com o filho por ser “exigente” demais. Com perto de 50 anos, ela está na flor da nova mocidade.
E, por fim, lembramos a menina-mãe que deu à luz no Subúrbio Ferroviário e abandonou o bebê no lixo. E não foi por trauma pós-parto, ela disse que não queria carregar aquela “mala” pro resto da vida. Só isso.
E aí vamos direto para os livros, nossos professores eternos. O melhor sobre a construção de mitos, é de Roland Barthes, “Mitologias”, cujos exemplos são tão emblemáticos que nos permitem fazer ilações em todas as direções. Rimou! O mito da mãe carinhosa, nesta época de fim de ano, é recorrente. Todos pensam que a culpa é da religião judaico-cristã chamada Catolicismo. Mas não é. A Igreja Católica apenas deu uma “chupada” (como dizem meus amigos publicitários) em mitos muito mais antigos que Jesus.
“Mitra, o Sol Invicto, nasceu do deus-supremo Aúra-Masda, que despejou a sua luz sobre uma virgem, Anahira. O seu nascimento era celebrado como “o deus menino Mitra, que traz luz ao mundo” (você já ouviu isso em algum templo cristão, não é mesmo?). E mais: a representação de Anahira com o menino-deus Mitra é totalmente igual à de Maria com Jesus. Aliás, este é um mito recorrente: também Hórus, deus-menino no Egito, filho de Ísis e Osíris, é representado com a mãe de maneira igual às madonas que os pintores cristãos difundiram.” Seja séculos antes de Cristo, onde antes era a Pérsia, seja no Egito dos faraós ou numa casa sofisticada do Caminho das Árvores, em Salvador, se cultua o mito da mãe carinhosa que gera verdadeiros deuses, nós. Imagine! E são perfeitas, não têm defeitos. Só virtudes.
Roland Barthes nos ensina que os mitos são fruto da cultura que deseja símbolos nos quais miremos nossa conduta. A verdade, no entanto, é que mães são mulheres e isso significa que são seres humanos. Uma tautologia, não é mesmo? E se são seres humanos, pecam, odeiam, são egoístas e, muitas vezes, acham a maternidade um fardo intolerável. Daí para o assassinato dos filhos ou o prosaico abandono, é um passo, pois nem todas as mães são como a agora pranteada Dona Canô.
Pense nisso neste fim de ano: nenhuma mulher é obrigada a ser mãe perfeita apenas porque o filho e a sociedade assim o desejam. Isso não é exigido dos homens, portanto, a mulher tem o direito de ser o que quiser, de mãe carinhosa a mãe assassina. E ponto final.

REFORMA ORTOGRÁFICA
“Brasil vai adiar início por 3 anos”
(Tribuna)

E o acordo ortográfico firmado em 1990 pelos países que usam o Português como língua oficial e deveria ter entrado em vigor em 1994, novamente é adiado para primeiro de janeiro de 2015, porque “os professores não tiveram tempo de se atualizar e se não sabem, não podem ensinar”.
Fez muito bem a presidente Dilma Rousseff, afinal de contas, se ouvirmos os discursos de TODAS as nossas autoridades do Executivo e do Legislativo, com RARÍSSIMAS EXCEÇÕES, veremos que os “tô falano”, “vâmo discutí”, “tô sabeno” são MAIORIA em relação aos “estou falando”, “vamos discutir” e “estou sabendo”. O ex-presidente Lula, neste sentido, é um exemplo clássico do domínio da língua culta por um supremo mandatário brasileiro...
Na verdade, o Brasil chegou a uma encruzilhada em termos do uso da Língua Portuguesa: ou admite que já falamos e escrevemos uma OUTRA LÍNGUA e coloca um grande número de especialistas para forjar as regras desta NOVA LÍNGUA, a brasileira; ou então, EDUCA O NOSSO POVO e, aí, não precisa de reforma ortográfica nenhuma. Basta ensinar as pessoas a falar e escrever.
Esta segunda opção é IMPRATICÁVEL, embora pareça a mais lógica e é a que Dilma tem perseguido junto com seus antecessores no cargo. Impraticável porque TEMOS GENTE DEMAIS, quase 200 milhões de pessoas. Seria um esforço trilionário educar todos os brasileiros. De mais a mais, nossas classes dominantes têm HORROR à simples possibilidade de termos um povo culto, que seria sinônimo de povo que não elegeria mais do que meia-dúzia dos atuais ocupantes dos cargos públicos. Educação é sinônimo de sabedoria e pessoas sábias não realizariam, por exemplo, uma Copa e uma Olimpíada apenas para DAR DINHEIRO A UM BANDO DE GANANCIOSOS que não pensam em seu país. Portanto, em síntese, se eu fosse presidente deste País (parodiando nosso Guia Genial) eu separaria, de vez, o Brasileiro do Português, criando uma nova língua, com REGRAS MAIS SIMPLES (adaptadas, inclusive, aos nossos governantes, a maioria simplória).
Porque, na real, convenhamos, Português como é falado em Portugal, só existe entre os 10 milhões de portugueses da Europa e não mais do que 2 milhões de portugueses cultos em Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Angola, Cabinda e Moçambique. O grosso dos povos destes países, falam línguas locais ou um “patuá” que mistura línguas aborígenes com o Português, como o fazemos no Brasil. Já estive em Portugal por um longo tempo e todos que já estiveram sabem disso: não conseguimos entender os portugueses da Europa nem eles nos entendem, a não ser falando PAUSADAMENTE E TRADUZINDO, POR MINUTO, O QUE ALGUMAS PALAVRAS SIGNIFICAM. Não falamos mais a mesma língua. O resto é conversa para boi dormitar, como diz meu amigo, o jornalista Alex Ferraz.

* Tony Pacheco tem formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise, o que nem sempre é útil...

sábado, 22 de dezembro de 2012

Deu no jornaldamidia.com.br

Kraus Berg (*)

Agerba confirma o JM: só três ferries no feriadão do Natal. É melhor pegar a estrada…

O ferry “Maria Bethânia” estará em tráfego no Natal, junto com o “Ivete Sangalo” e o “Anna Nery”. E só… (Foto: Arquivo/Jornal da Mídia)
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – Confirmada a informação divulgada ontem pelo JORNAL DA MÍDIA: o sistema ferryboat, sob intervenção da Agerba, vai operar com apenas três embarcações durante o feriadão de Natal.
E mais: não há nenhuma previsão segura de que no Ano Novo, período de grande demanda, haverá mais que os mesmos três ferries operando.
Pode ser que sejam quatro ou cinco, mas nunca as sete anunciadas com estardalhaço pelo secretário de Infraestrutura, Otto Alencar. O prazo de Alencar era de que no último dia 15 o sistema contaria com sete navios, prazo que foi mudado para hoje (20), mas que não se confirmou.
A Agerba ainda não divulgou a programação oficial do ferryboat para o Natal. No site oficial da agência não existe qualquer referência ao assunto, se limitando à programação do transporte intermunicipal.
Eduardo Pessoa garante que o sistema vai melhorar com a Internacional Marítima. É bom que melhore mesmo, pois o usuário não pode continuar pagando o pato pela negligência e pelos erros grosseiros do governo em relação ao ferryboat. (Foto: Jornal da Mídia)
Contudo, em entrevista à rádio CBN, o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, não só confirmou as informações doJORNAL DA MÍDIAcomo antecipou que não existe certeza, ainda, sobre a quantidade de ferries que vão operar no final de ano. O período de Revéillon é o segundo em demanda no ferryboat, perdendo apenas para o Carnaval.
  Portanto, é prudente que os usuários interessados em atravessar para a Ilha de carro, que procurem deixar a cidade pela estrada, evitando possíveis transtornos. O JM tentou contato ontem com o diretor-executivo da Agerba, mas sem sucesso.
Mas na entrevista à CBN ele explicou que na segunda-feira, dia 24, dois dos quatro navios que estão em reforma na Base Naval de Aratu terão os serviços concluídos. Mas não deu certeza que estarão em contições de tráfego, já que precisarão passar por ajustes finais e depois por vistoria obrigatória da Capitania dos Portos. Normalmente, a CP não costuma liberar embarcações em prazo de um ou dois dias, já que os ítens de segurança exigidos são muitos.
Pessoa disse ainda que a reforma dos navios demorou além do esperado devido ao estado caótico em que os ferries foram deixados pela TWB. “Praticamente não existiam motores nos navios. Tivemos que importar sistemas de propulsão inteiros. O que precisou ser feito em termos de compra de peças e componentes para os motores no mercado nacional foi feito, mas houve a necessidade de importação e isso retardou os serviços”, informou o diretor da Agerba.
O diretor da Agerba reafirmou que a TWB será acionada para pagar o prejuízo que causou ao patrimônio público, embora não tenha revelado quanto o Estado está pagando para reformar os navios. Fontes da Agerba consultadas pelo JM disseram que os custos com a docagem das embarcações na Base Naval e com os serviços já passam dos R$ 15 milhões – inicialmente estavam em R$ 10 milhões.
É bom se informar que o secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, reservou no orçamento da Seinfra uma verba de R$ 26 milhões projetada exclusivamente para a recuperação do sistema ferryboat. Portanto, quando a Internacional Marítima receber o sistema para operar terá todos os navios em condições perfeitas de tráfego. Foi assim que aconteceu também com a TWB em 2006: recebeu tudo pronto, com dinheiro público, e depois deixou toda a frota sucateada.
Eduardo Pessoa garante que a coisa agora vai ser diferente. Ele está convicto que a Internacional é melhor que a TWB. É bom que seja mesmo, porque o usuário é que não vai ficar pagando o pato por erros grosseiros e pela negligência do governo em relação ao sistema ferryboat.



(*) pela transcrição, mas, aqui pra nós, qualquer candidato ao lugar de Wagner daqui a dois anos vai fazer um carnaval com a incompetência para gerir o ferry. Vai ser animadésimo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Lei Seca virou manchete na Tribuna On Line


VIROU MANCHETE
Nosso texto sobre endurecimento da Lei Seca virou manchete na Tribuna On Line. Clique e veja se você concorda:

http://www.tribunadabahia.com.br/2012/12/21/governo-endurece-lei-seca-esquece-os-outros-fatores-que-causam-acidentes

JORNAL COMENTADO 24


Tony PachecO*
5:57 – 21.12.2012
E o Estado Brasileiro controla o álcool ao volante, 
mas não faz a sua parte para acabar com as mortes.
Lei Seca é sancionada por Dilma

Texto permite ampliação de provas de embriaguez ao volante, 
além do aumento da multa para R$ 1.915,40
(O Estado de S. Paulo)

Lei Seca mais dura vale a partir de hoje
(Tribuna da Bahia)

O Estado Brasileiro tem uma estranha compulsão para tratar os problemas que afligem o país: combate a culpa alheia e esconde a sua debaixo do tapete. No caso dos assassinatos, mesmo com um  referendo no qual mais de 60% da população ter dito que era A FAVOR de armas e munições para pessoas honestas, o ex-presidente Lula decretou um Estatuto do Desarmamento que deixou as armas como PRIVILÉGIO PARA OS BANDIDOS e aumentou o controle das armas nas mãos dos cidadãos comuns e dos policiais (qualquer policial pode lhe dizer sobre o inferno que é portar uma arma fora do horário de serviço, quando, justamente, eles são mortos pelos bandidos). E, assim, com os honestos sem acesso às armas, o Sr. Lula conseguiu acabar com os assassinatos no Brasil, né mesmo? Pois é...
Com o trânsito é a mesma coisa. A embriaguez ao volante é um problema sério? Claro que é. Tem que haver legislação e fiscalização? Claro que sim. Mas, E AS OUTRAS CAUSAS DE ACIDENTES, das quais o Estado Brasileiro é RESPONSÁVEL por quase todas? Serão atacadas também?
Vejamos:
1)    Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), dos 95.707 km de rodovias analisadas em 2012, 88% TÊM PISTA SIMPLES COM MÃO DUPLA, o que, no caso dos caminhões e ônibus quando se encontram em sentidos opostos nestas vias simplórias, provocam aqueles acidentes cheios de mortos que vemos na TV. O Governo Federal e o seu DNIT não têm nenhuma providência anunciada para acabar com estas mortes.
2)    A situação do asfalto e da sinalização das nossas rodovias é caótica desde o governo Fernando Henrique (PSDB). Ficou muito ruim no governo Lula (PT) e não tem nada no horizonte dizendo que melhorará no governo Dilma (PT). Segundo a CNT, dos 95.707 km analisados em 2011, 41,2% foram REPROVADOS. Já, agora, em 2012, este percentual pulou para 62%. ESTÁ PIORANDO a condição das rodovias brasileiras. Isto é, mais acidentes, mais feridos, mais mortos por causa da indiferença e da incompetência do Estado Brasileiro.
3)    O problema do Brasil é que a maioria de suas rodovias têm mais de meio século de existência e foram planejadas quando não tínhamos frota que exigisse atenção sobre o setor. Hoje, com 42 milhões de automóveis, 20 milhões de motocicletas, 5 milhões de caminhonetes, 2,3 milhões de caminhões, 825 mil ônibus e micro-ônibus, as nossas vias urbanas e as rodovias mostram-se totalmente INSEGURAS, além de desconfortáveis, para o trânsito. E o Governo “nem tchuns!”. É muito “bolodório” e nada de prático. Que os brasileiros morram em ruas e rodovias apertadinhas, esburacadas, desniveladas e com ERROS DE ENGENHARIA CRÔNICOS, é a ordem unida. Quem pega estrada sabe do que estou falando: curvas perigosíssimas, exemplos da NÃO-ENGENHARIA brasileira, como aquele conjunto de viadutos da Rótula do Abacaxi, planejado por um engenheiro rodoviarista que se esqueceu que estava dentro de uma cidade. Os desalinhamentos nas rodovias são absurdos, além de uma predileção pelas curvas em detrimento das retas, pois na época (há mais de 50 anos), não havia necessidade de investir em pontes, túneis e desbastamento de morros. Hoje esta necessidade é imperiosa. Mas nada se faz.
4)    No Brasil, matar alguém com automóvel ou moto, é crime CULPOSO, quer dizer, no máximo, você pagará algumas cestas básicas. É a melhor arma para se fazer vinganças ou se eliminar concorrentes amorosos ou empresariais ou políticos ou o que seja. Você mata e nada lhe acontece. A morte por veículo deveria ser DOLOSA, como o é a morte por revólver. Mas o Governo Federal e o Congresso Nacional não querem mexer nisso. Por que será? Por que será? Por que será?
5)    As rodovias brasileiras, na época da ditadura militar, tinham balanças e os caminhões eram pesados e tinham que se livrar da carga extra se quisessem seguir viagem. Pra quê isso? Para evitar danificar as rodovias, melhorando a segurança de todos, caminhoneiros ou não. E hoje? Hoje, o lobby das empresas com frotas imensas IMPEDE a construção ou funcionamento das balanças. Aí, os caminhões se tornam verdadeiras bombas pelas estradas, pois o motorista não consegue controlar aquela imensidão de carga com um veículo que não foi planejado para excesso de peso e o asfalto das rodovias se acaba. É por isso que uma rodovia é recapeada hoje, como acontece com a Rio-Bahia, e semanas depois você passa e está tudo esburacado de novo. E o Governo Federal, “nem tchuns!”
6)    E tem mais: o que mata mais não é álcool ao volante, é MOTOCICLETA. Por motivo puramente eleitoreiro, há 10 anos se faz uma campanha de DISTRIBUIÇÃO QUASE GRATUITA de motos entre os jovens pobres do Brasil. As prestações são encontradas de até 45 REAIS por mês, em caso de moto usada. Com isso, chegamos aos 20 milhões de motos, quase a metade do total de automóveis, 42 milhões. Só que, NÃO FORAM CONSTRUÍDAS VIAS EXCLUSIVAS PARA MOTOS, o que seria imperativo, dada a quantidade delas e suas características especiais. É um veículo SEM SEGURANÇA ALGUMA, pois o piloto EQUILIBRA-SE como num circo, sobre duas rodas, e não há nada que o defenda: air bags, pára-choques de impulsão, barras laterais, teto, enfim, é um veículo para SUICIDAS. E, no entanto, hoje é metade da frota nacional de veículos, ATORMENTANDO O TRÂNSITO nas grandes cidades. Travando por minuto a mobilidade, por causa de um acidente atrás do outro. Hoje, no Brasil, embora seja a metade do veículos, as motos provocam mais acidentes que TODOS OS OUTROS VEÍCULOS JUNTOS: automóveis, ônibus e caminhões. Embora as motos sejam 20 milhões, foram responsáveis por 60% (SESSENTA POR CENTO) das indenizações do DPVAT (o Seguro Obrigatório que todos pagamos), enquanto os automóveis, sendo 42 milhões, só ficaram com 31% das indenizações.
E motociclista faz teste do bafômetro? Ora, a cereja do bolo é para o final: de que adianta fazer, se motociclistas não têm R$1.915 para pagar a multa? A maioria é pobre e está morrendo aos milhares pelo Brasil afora justamente por serem pobres: é o veículo que o Brasil Sem Pobreza RESERVOU PARA OS POBRES. Só em 2010, 10.825 morreram em motos no Brasil, sendo 89% homens, 62% entre 20 e 39 anos e 99% das camadas populares. Lei Seca para estas pessoas é INAPLICÁVEL, ela é reservada para a classe média. Motociclista quando tem a moto apreendida deixa ela com o órgão de trânsito pra ser leiloada e compra outra, COM PRESTAÇÃO DE 45 REAIS. 
7) E a obrigação que está no Código de Trânsito Brasileiro, de o Governo promover CAMPANHAS EDUCATIVAS PERMANENTES? Você já viu alguma realmente séria? Na Semana Nacional do Trânsito, em setembro, se fazem duas ou três palestras para um público que NÃO PRECISA, pois já está imbuído daquilo que é palestrado e depois, mais nada, pois o que interessa é o caixa, não é um trânsito mais humano. A questão, portanto, não é salvar vidas. O buraco é mais em baixo... 

*Formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise, nesta ordem.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

JORNAL COMENTADO 23

TonY PacheCo

6:21 – 20.12.2012

O QUE LEVA O MARIDO A ASSASSINAR A EX-ESPOSA?

“Vilas: casal se separou várias vezes”
(Correio)

É o que se discutia, ontem, em nossa casa, com nossa secretária e o motorista. Ela dizendo do “absurdo” da violência contra a mulher, tudo sempre resolvido com assassinato. E o motorista dizendo que “com tanta mulher sobrando em Salvador e este idiota se mata por causa de uma”.
Só que o buraco é um pouco mais em baixo. Uma análise superficial do caso se vê uma mulher bonita, bem resolvida, com uma clínica num dos endereços mais caros da Bahia. E, de outro, uma pessoa que não era assim uma Brastemp. Dublê de corretor e gerente de loja. Ainda jovens e, portanto, um deles, pelo menos, ciente de que tinha cabedal para retomar sua vida a qualquer momento, justamente o cônjuge mais bem-sucedido e mais apetrechado, simplesmente demonstrava o desejo de acabar a relação. E, aí, entra o leitmotiv: a baixa auto-estima do cônjuge que não tem as mesmas condições do outro. Ou não tem mais jovialidade, ou não tem beleza, ou não é destemido, ou não tem recursos financeiros, enfim, o desequilíbrio da balança prejudica aquele que, por isso mesmo, desenvolve uma baixa auto-estima, achando que o cônjuge mais bem-sucedido é, na verdade, UM PRÊMIO DE MEGA-SENA ACUMULADA. O despossuído acha que ganhou uma vez ao casar com aquela criatura “maravilhosa” e que se a perder, não encontrará outra, “jamais”.
Claro que esta interpretação que a cabeça dele dá ao relacionamento é totalmente equivocada, gerada por um transtorno emocional. Mas, sem o acompanhamento de um profissional da área comportamental (e, isso, aqui no Brasil, pelo menos, é coisa de ficção, não temos nem teremos...), ele simplesmente vê o assassinato acompanhado de suicídio como a solução que impedirá a companheira de ser feliz com outro e ele passar por fracassado.
E, aí, nossa secretária arrematou: “Mas nem pensou nas filhas!”
Ora, ora, ora! Chegamos a este mundo sozinhos e vamos embora sozinhos também. Todos os laços que criamos, inclusive tendo filhos, são todas tentativas para DAR UM SENTIDO AO NOSSO MUNDO e não ao mundo dos outros, sejam filhos, esposos, pais etc. Até quando somos generosos, carinhosos, estamos querendo ser isso para NOS SENTIRMOS BEM CONOSCO. Na hora do desfecho, pensamos em nós e ponto final, por mais horrível que isso possa parecer aos corações carinhosos.

“Marcas urbanas”
(Correio)

A Ópera de Sydney tem uma das mais caras manutenções do planeta: 7 milhões de libras anuais, ou mais, de prejuízo.

Meu saudoso amigo Quinho Nery (porque não o vejo pessoalmente há uma década), fez um editorial no “Correio” desta quinta-feira, 20.12.2012, véspera do fim do mundo, sobre um assunto preocupante: ele defende a tese de que edificações monumentais têm que ser feitas, a qualquer preço, pois elas se tornam emblemas das cidades onde são edificadas.
Uma destas “marcas urbanas”, a Ópera de Sydney, continua sendo, até hoje, objeto de um verdadeiro BA-VI na Austrália (a maioria BA, quer demolir o prédio, e a minoria VI, quer mantê-lo), pois era para ficar pronta em dois anos, mas demorou 13 anos (como vemos, nosso metrô ainda tem três anos para bater este recorde). A ópera foi orçada em 5 milhões de libras esterlinas. Custou 55 milhões. Mas, o mais absurdo, nosso Quinho não disse: o arquiteto que ganhou o concurso, o falecido dinamarquês Joern Utzon, era da mesma linhagem de Niemeyer, aquele arquiteto que desenha coisas para não se usar. Desenham monumentos, como uma pirâmide, um obelisco. Joern teve que renunciar ao projeto e entregar a quatro outros arquitetos que foram encarregados de TORNAR EXPLORÁVEL a ópera, cujo projeto original de Utzon previu uma sala de ópera tão pequena que continua não sendo rentável até hoje. Aliás, de 2000 a 2005, foi gasta a mesma quantidade de libras esterlinas para MANTER O EDIFÍCIO DE PÉ que foi usada em sua construção. O governo australiano faz campanhas públicas de doação permanentes para a manutenção, pois é um buraco sem fundo, já que Utzon planejou um monumento que não se paga.
E, por falar nisso, nós já temos um monumento assim em Salvador. É o Elevador Lacerda, um equipamento que dá UM PREJUÍZO MONUMENTAL à Prefeitura Municipal do Salvador. É bonito? É. É insólito? É. É uma “marca urbana”? É. Mas suas cabines vivem PARADAS porque a manutenção, principalmente das duas cabines que ficam dentro da montanha, é CARÍSSIMA. Como vivemos numa cidade paupérrima, não se pode cobrar caro pelo deslocamento. Como vivemos numa cidade que não é mais um destino turístico, não vêm aqui mais tantos turistas que possamos transformar o equipamento num atrativo para cobrar bem caro, mas só deles (tipo a tarifa da Tour Eiffel). E, aí, temos um elefante branco levando dinheiro público que poderia ter melhor serventia na educação, na saúde e até no asfaltamento das ruas, pois o Lacerda dá um prejuízo anual de 2,5 milhões de reais, pois sua tarifa ridícula de 15 centavos não dá pra pagar nem o pessoal da limpeza, quanto mais mantê-lo funcionando...
“Marcas urbanas” são lindas, mas quando o povo que as constroem tem dinheiro suficiente para mantê-las. Se não, tendem a cair ou levar seus povos à ruína...
Elevador Lacerda: lindo, mas um prejuízo de 2,5 milhões de reais por ano.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Deu no jornaldamidia.com.br: mais aprontes da TWB


TWB quer ”vender” estacionamento e terminais marítimos do Estado

Pinto dos Santos, dono da TWB, continua aprontando na Bahia, apesar da promessa do secretário Otto Alencar, feita algum dia: “Este cara tinha que sair preso daqui”.
Circulam informações em setores do governo e do transporte marítimo da Bahia que o empresário Pinto dos Santos, o dono da TWB, estaria “vendendo” a concessão do estacionamento de veículos que ele explora, através de sua mulher, no Terminal Marítimo de São Joaquim.
Também se informa que o mesmo Pinto estaria transferindo, por conta própria, a exploração que detém dos terminais marítimos de Ponta do Curral (Valença), Gamboa e Morro de São Paulo para a Astram (Associação dos Transportadores Marítimos do Baixo Sul), com sede em Valença.
Cabe urgentemente a Agerba, responsável pela fiscalização dos contratos desses dois serviços, intervir imediatamente e acabar com a brincadeira. No caso da Astram, cabe chamar os seus diretores para saber mesmo qual é o caso.
A TWB saiu do sistema ferryboat expulsa pela Agerba por praticar uma série de irregularidades, que vão desde o sucateamento do patrimônio público à prática de atos ilícitos, como sonegação de impostos, evasão de receita, superfaturamento e caixa dois.
A coisa foi tão grave que o secretário Otto Alencar prometeu algemar o dono da concessionária.
Pois é. Mas a mesma TWB utiliza outro CGC e continua a explorar serviços que pertencem ao Estado nas barbas do governo, como os casos citados acima.
Um verdadeiro absurdo, uma coisa escandalosa e que merecia, também, uma ação imediata do Ministério Público da Bahia.
* pela transcrição Kraus Berg (me siga no Twitter: @bergkraus)