Filmes Comentários

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alex na CBN a partir de segunda-feira

                                     Alex Ferraz, agora na Tribuna da Bahia e na rádio CBN


toNy paCHeco


Nosso amigo Alex Ferraz estará ao lado de outro amigo,  Emmerson José, das 9 às 11h30 da manhã, ancorando o noticiário da rádio CBN, do Sistema Globo, na frequência 100,7.
Aliás, como não tenho papas na língua, digo logo: até que enfim descobriram que se continuassem com a programação anterior, sem link com a Bahia, a rádio jamais decolaria.
Agora, tenho certeza que vai estar nas pontas da audiência.
Parabéns à CBN por ter Emmerson José e Alex Ferraz! Vamos ouvir e participar.

Novo conto: "O Professor"


Ricardo Líper

Se está chovendo. Se você está chateado sem ter o que fazer. Ou durma um pouco para sonhar em um lugar melhor ou, se ainda tem saco, postei mais um conto sobre um professor casado apaixonado por uma aluna. O quê? Não é nada real. Sim, eu sei, algum professor casado alguma vez se apaixonou por uma aluna, o que eu não posso impedir que ocorra porque não sou Deus. O meu relato é puramente ficção, mas a vida tem o cacoete de imitar a arte, o que não posso também impedir...
Clique em Contos no alto da página.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Dilma faz carão. Bancos dão risada.

Não adianta fazer cara feia, quem manda na economia são banqueiros, montadoras e empreiteiros.




TOny PacheCo


A presidenta Dilma Rousseff começou uma chamada "briga-de-cachorro-grande" contra os banqueiros nacionais e internacionais tentando tirar do Brasil a desonrosa Taça do Mundo de Maiores Juros Bancários Planetários. Somos campeões no quesito juros bancários há décadas e este título nunca foi ameaçado. Não é como a Taça FIFA, que nossa Seleção perde de quatro em quatro anos em gramados mundo afora.
Dilma tem feito cara-feia, mas não tem adiantado nada.
No Santander, por exemplo, cheque especial tem juros INTERGALÁTICOS de 224% depois que Dilma fez carão. Já o HSBC, reduziu (kkkkkkkkkkkkkkkk) para 217% os seus juros.
Só quem obedeceu, mesmo, foram o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, assim mesmo, não são juros de mercado internacional, continuam sendo juros que equivalem, ANUALIZADOS, a 10 a 20 vezes a inflação anual. Quer dizer, melhor que pescar de bomba.
E os banqueiros (ah, galera do Bem essa; bem espertos, bem gananciosos, bem sem controle...) ainda deram uma de espertalhões para prevenir qualquer maldade que Dilma resolva lhes fazer: JÁ AUMENTARAM AS TARIFAS BANCÁRIAS. O Santander, mesmo, do qual me tornarei ex-cliente nos próximos dias, me cobrou  este mês 41 reais só pra ter uma conta lá. Não me dá nada. Só mantém o meu dinheiro lá e me cobra, depois do carão da Dilma, 41 reais, ou 482 reais por ano. É mole?

PESCANDO DE BOMBA

Banco no Brasil é assim: você deixa 1.000 reais no banco e eles, ao final de um mês, lhe dão, no máximo, 10 reais de remuneração, em alguns, e 6 ou 7 reais na maioria. Agora, pegam estes 1.000 reais que você deixou lá e emprestam cobrando até 30 reais por este mesmo mês. Quer dizer, 30 que cobram dos tomadores de empréstimo menos os 7 reais que pagaram ao verdadeiro dono do dinheiro, que é você, então temos um lucro líquido de 23 reais. É o maior negócio da China do mundo e nenhum país do mundo tolera que seus bancos ganhem tanto.
Só o Brasil. E não adianta carão. Vai continuar assim.

Salvador, cidade sem buracos, sem engarrafamento e com transporte de Primeiro Mundo

Kraus Berg



Jornais, TVs, rádios, blogs e sites, ninguém na imprensa se deu ao trabalho de investigar se o secretário de Infraestrutura mereceu a medalha que o PT lhe deu na segunda-feira. José Mattos, que é responsável pela infraestrutura em Salvador, recebeu medalha do vereador do PT Henrique Carballal pelos seus méritos. Quais são os méritos: cuidar das ruas, do trânsito e do transporte em Salvador. Quer dizer, Salvador é, assim, uma Berlim: não tem buracos nas ruas, porque o Sr. Mattos acabou com todos os buracos nas ruas e asfaltou todas as ruas (atenção, IBGE, é mentira que Salvador seja a capital com mais ruas sem asfalto...); Salvador tem um trânsito, assim, de Estocolmo, sem engarrafamento nenhum, porque o Sr. Mattos conseguiu este milagre; Salvador tem metrô, várias linhas de lanchas urbanas, BRT e ônibus com ar condicionado em todas as linhas, porque o Sr. Mattos nos deu, assim, um transporte tipo Londres. É, o PT do Sr. Carballal está certo. O Sr. Mattos merece a medalha. E a imprensa e os coleguinhas fizeram bem em não discutir a homenagem. Parabéns a todos!






segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dilma ameaça, mas carro continua caro.

Só no Brasil. Você compra dois Freemont mexicanos e SÓ LEVA UM pra casa 


TonY pacheCo


A presidenta Dilma Rousseff diz que vai virar suas armas contra a indústria automobilística, pois está dispensando a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e está vendo os preços continuarem altos.
Ora, até os parafusos do Fusca 68 sabem que a Operação Brasil das montadoras mundiais é a mais lucrativa do planeta, sendo, em média, de duas a três vezes mais lucrativa do que em qualquer outro país. A choradeira das montadoras, de que os 30% de impostos embutidos nos preços dos veículos é que encarecem nossos carros, é balela, pois, em países como México e Argentina, o volume de impostos também é alto e os preços não são.
A questão, no entanto, é que não há lei disponível para Dilma ou seja quem for o presidente forçar as montadoras a venderem mais barato. O brasileiro é um consumidor otário, ele recebe menos em qualquer emprego ou empreendimento em que esteja metido, mas paga mais caro por tudo que consome. Um alto executivo da Mercedes-Benz, quando indagado por que a Mercedes vendia o jipão ML a 265 mil reais no Brasil e a 75 mil reais nos Estados Unidos, ele respondeu singelamente que é porque o brasileiro paga: "Por que baixar o preço se o consumidor paga?", disse o executivo da Mercedes.
No blog naocomprecarrozero.blogspot.com.br, o blogueiro responsável traz esta questão, embora não com a agressividade que merece: somos um povo ignorante, mantido na ignorância pelo Estado, e é por isso que nem sabemos que fabricamos o Gol no Brasil e pagamos 34 mil reais por ele e mandamos este mesmo Gol para o México e lá ele é vendido por 17 mil reais. Ninguém sabe nada e neste mar de ignorância, as montadoras de automóveis e os fabricantes de produtos de alta tecnologia se lavam em cima dos brasileiros.

IMPORTÂNCIA DO SETOR

Poderia haver mecanismos legais para se conseguir diminuir o preço dos automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e industriais no Brasil, mas acontece que há uma Bancada do Carro no Congresso Nacional que impede qualquer coisa neste setor de avançar.
Por outro lado, o setor automobilístico mobiliza tantos interesses na sociedade brasileira, que não se pode mexer com ele sem colocar em risco a macro-economia.
Vejam os números: 22,5% do Produto Industrial Bruto do Brasil é formado pela indústria de veículos e autopeças. Em termos de Produto Interno Bruto total, 5,2% é o percentual representado pelo setor. Em 2010, foram US$27 bilhões de impostos recolhidos entre IPI, ICMS, PIS e Cofins. De per si, é a mercadoria que mais gera impostos para o Estado Brasileiro. Do fabricante em São Paulo até o borracheiro que tapa o furo do buraco do nosso pneu ali na esquina, são 200 mil empresas envolvidas com automóveis e veículos em geral. Isto gerava 9 mil empregos quando a indústria automobilística foi implantada por Juscelino Kubitschek em 1956 e gerou 137 mil empregos diretos em 2010 e 1 milhão e meio de empregos, se contarmos os diretos e os indiretos.
Em 2010, eram 26 milhões de automóveis; 4,2 milhões de pick-ups e outros comerciais; 1,7 milhão de caminhões e 498 mil ônibus. É um mundo pra oficina e governo nenhum botar defeito, mantendo a economia girando.
Ninguém espere que um setor que mandou, em 2011, 5,5 bilhões de dólares em lucros líquidos para suas matrizes no exterior, baixe o preço de seus produtos se sabe que o consumidor brasileiro é burro e desinformado. Os preços dos carros só vão baixar quando o consumidor passar a exigir preços mexicanos, preços argentinos. Se continuar pagando o que as montadoras pedem, não tem IPI que baixe os preços...



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mais escândalos do ferry-boat


Kraus Berg


Vejam as mais novas notícias da TWB que o Jornal da Mídia publicou (jornaldamidia.com.br)


TWB declara ”guerra” à Agerba e diz que governo tem que subsidiar o ferry

A TWB é acusado de promover um verdadeiro sucateamento na frota do sistema ferryboat, que pertence ao patrimônio público. Insatisfeita ainda com as benesses que recebe do governo, defende agora subsídio do Estado. A concessionária não paga nada ao governo, fatura R$ 70 milhões/ano em cima dos baianos e lucra mais de R$ 20 milhões/ano. Mas quer muito mais. (Foto: Arquivo Jornal da Mídia)
REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
A audiência pública realizada pela Agerba na última sexta-feira para discutir o relatório da consultoria Fipecafi deixou evidente que a concessionária paulista TWB declarou ”guerra” ao governo. Se não ao governo como um todo, mas claramente à Agerba. Enquanto a Fipecafi apontou que a concessionária paulista precisa fazer urgentemente investimentos da ordem de R$ 64 milhões no ferryboat, para realmente melhorar o sistema e oferecer um serviço mais digno aos usuários, os donos da empresa paulista disseram que não vão investir nada e destilaram críticas à agência.
E foram mais incisivos: o governo é quem tem, segundo seus representantes na audiência, a obrigação de subsidiar o sistema. Ou seja: a TWB quer bem mais do que já recebeu até agora.
O diretor executivo da Agerba, Eduardo Pessôa, explicou que os investimentos de R$ 64 milhões sugeridos pela Fipecafi incluem aporte de capital da ordem de R$ 36 milhões. “A TWB terá ainda de apresentar ao Estado, poder concedente, caução de R$ 7 milhões e somente depois de atender a todas as recomendações sugeridas pela consultoria é que será permitido o reajuste de 5,11% das tarifas do ferryboat, proposto pelo estudo”, declara Pessoa.
Foi justamente para deixar de gastar com o ferryboat que o governo do Estado, em 1996, decidiu pela concessão do serviço à iniciativa privada. Portanto. Se era para continuar subsidiando e injetando dinheiro público na TWB, seria mais lógico não se ter feito a concessão. E mais: a imagem do governo é muito mais atingida agora, por conta do caos da TWB, que quando o sistema era estatal. Sem comparação, é bom frisar.
Leia também:
Mas a TWB, como é do conhecimento público, não tem limites. É gulosa e quando o assunto é dinheiro público, o dinheiro do cidadão, é mais ainda. Além de dirigentes e funcionários, a concessionária patrocinou o acesso à audiência de um grupo encarregado de criticar a Agerba e, especificamente o relatório da Fipecafi. Esse grupo de ”colaboradores” muito conhecido pela comunidade da Ilha, queria que a audiência não fosse realizada e teria entrado na justiça para suspender o evento.
Os donos da TWB passaram o tempo todo na audiência criticando a Agerba e a Fipecafi. Disseram que a consultoria que fez o trabalho para a agência era incompetente. Tudo para tumultuar e esconder as irregularidades que ela, a TWB, vem praticando na Bahia desde quando aqui chegou, em 2005. Irregularidades que vão desde a depenação dos navios, o sucateamento da frota e até a venda de carros do Estado na Ilha do Rato, comércio clandestino que funciona no bairro de São Joaquim. E inúmeras outras.
A empresária Lenise Ferreira, presidente da Associação Comercial de Vera Cruz, foi taxativa ao criticar a atuação da TWB na Bahia, marcada por inúmeros acidentes no sistema ferryboat, desrespeito aos usuários, serviço de péssima qualidade e incompetência em todos os níveis para administrar o sistema ferryboat. O relatório da Fipecafi, aliás, deixa tudo isso muito claro e traça um verdadeiro mar de lama e de caos na gestão do sistema ferryboat.
Já o sindicalista Paulo Marques Matos foi ainda mais duro ao mostrar as condições deploráveis de trabalho impostas pela TWB aos marítimos.
“Se o governo for realmente seguir o que diz o relatório da Fipecafi, o que é esperado por todos os usuários, a TWB não fica mais na Bahia. Aliás, ela nunca devia ter chegado aqui. Em 2005, quando o governo anunciava que a TWB assumiria o ferryboat, fomos atrás de informações e identificamos que essa empresa estava cheia de dívidas em São Paulo, um verdadeiro rombo e que por isso mesmo tinha perdido a concessão da travessia Santos-Guarujá. Fizemos um relatório da situação e entregamos ao secretário Eraldo Tinoco, que não deu importância. Hoje o ferryboat é este caos que toda a Bahia conhece”, afirmou Paulo Marques, presidente do Sindicatos dos Empregados em Empresas de Navegação.
O sindicalista afirmou que a já levou a TWB ao Ministério Público e à Delegacia do Trabalho diversas vezes. “Uma empresa que atrasa FGTS, férias e que faz acordo para pagar em parcelas em dinheiro e até com tíquete refeição e não cumpre, não merece crédito de ninguém. E se ela diz que não tem dinheiro para pagar o que deve aos empregados, como é que vai investir R$ 64 milhões? Não vai investir por que a TWB não tem compromissos com a Bahia, com seus funcionários e muito menos com a população. Ela não se importa com as multas da DRT e faz a mesma coisa em relação à Agerba: recebe as multas, mas não paga nada”.
O relato de Paulo Marques foi importante para tornar público o descaso da TWB não só para com os seus empregados, mas serviu também para demonstrar como a empresa paulista sempre levou o governo na conversa para tirar proveito da situação. Disse o sindicalista que a concessionária tirou das embarcações os aposentos destinados aos marítimos embarcados e que a Capitania dos Portos deixou de fazer a fiscalização.
“Os marítimos dormem no chão ou em cima de papelão nos salões de passageiros. Uma verdadeira humilhação”, reforçou. Ao final da audiência, o sindicalista recebeu parabéns de um preposto da Capitania dos Portos presente à audiência. “Você não falou nenhuma inverdade. Mas tem muito mais coisa podre debaixo do tapete da TWB”, afirmou o preposto.
Os marítimos da TWB, quando embarcados, dormem no chão.
Os marítimos da TWB, quando embarcados, dormem no chão
Tráfico de influência no governo Wagner – A TWB é tida como uma empresa que sempre soube tirar proveito do governo em todos os sentidos. Principalmente do governo Wagner, quando usou abertamente, na Agerba e em outros gabinetes do governo, tráfico de influência para obter regalias, incentivos e recursos.
No rol das personalidades consideradas amigas ou padrinhos, o deputado federal Marcos Medrado já citou, algumas vezes publicamente, como fez em uma audiência pública em Valença, o ex-líder do PT na Câmara, deputado federal Cândido Vaccarezza; Carlos Melo, chefe de Gabinete da Casa Civil e Eva Chiavon, ex-chefe da Casa Civil de Wagner.
O ex-secretário Batista Neves (Infraestrutura) também citava os dois últimos nomes como padrinhos da TWB. Comenta-se hoje que a relação de amigos e padrinhos cresceu ultimamente, com o ingresso de um deputado estadual ligado à estatal Petrobras. Um parêntese: Marcos Medrado era quem controlava a Agerba até fevereiro de 2011. Era na agência de regulação, precisamente no gabinete da diretoria executiva, que ele recebia o pessoal da TWB e sempre demonstrava uma ”certa irritação”.
“Eu não gosto dessa gente. Só vem aqui com pedido, um dia diz que é Vacarezza, outro dia que é a Casa Civil. E nada muda, o ferryboat continua na mesma situação”, comentou um dia Medrado, na sala do então chefe de gabinete da Agerba, Rondon Brandão. Na sala de recepção, esperando ser atendido por Medrado, estava o dono da TWB, o empresário Pinto dos Santos, que pouco tempo depois se tornou um grande amigo do então diretor-executivo da Agerba, Renato José Andrade, afilhado de Medrado.
Foi justamente a partir daí, na gestão do Renato José, que a TWB passou a exercer uma espécie de controle paralelo da Agerba. Seu dono tinha direito a dar esporro em público no afilhado de Medrado, que atendia tudo que ele queria. Até um aumento de 50% para as tarifas da TWB foi publicado um dia no Diário Oficial. O governo não sabia de nada e o JORNAL DA MÍDIA teve que denunciar.
O dono das três letrinhas se espalhou todo na agência: ameaçava demitir funcionários, mandava tirar multas e até tentou ”fazer a cabeça” de um servidor através do método que ele mais gosta: do dinheiro. Isto está lá na Agerba escrito, documentado, protocolado. Mas com esse ex-servidor, dizem, ele se deu muito mal. O capim mimoso famoso da TWB não surtiu efeito, mas com certeza já deixou muita gente com rabo preso à concessionária.
  • Leiam mais tarde: Acredite se quiser – Governador Jaques Wagner diz que não sabe quem assinou o contrato do Governo do Estado com a TWB.

terça-feira, 22 de maio de 2012

ZERO CARRO ZERO

IPI reduzido não diminuirá preço dos carros

Por que a redução do IPI dos carros a 0% pelo governo não vai adiantar nada para o consumidor?
Veja o porquê na seção Sua Grana. Clique em "Sua" e veja que é bem capaz de você entrar na concessionária e pagar mais caro do que antes da redução do IPI.
Confira e veja se você concorda ou não. Dê sua opinião.

toNY pacheco

domingo, 20 de maio de 2012

Gabrielli, o retorno.



                                José Sérgio Gabrielli, economista e ex-presidente da Petrobras

Ricardo Líper

José Sérgio foi meu colega no ginásio. Fizemos parte de um grupo de rapazes namoradores de mocinhas, nem sempre de família, quando adolescentes. Descobrimos as teorias sociais e a participação em grupos de esquerda naquela época conturbada do nosso país. Desse tempo para cá o tenho visto pouco devido aos caminhos diferentes que trilhamos. Eu aqui na vida acadêmica e ele desempenhando um papel de presidente da Petrobrás. O que posso dizer é que conheci poucas pessoas tão sérias, sensatas, amigas, estudiosas como ele. É muito difícil se ter um colega de escola secundária e não ter nada a se queixar dele. Eu tive sorte. Tive colegas, o que o inclui, que nada tenho de que me queixar. Estou dizendo o que penso e vivi. E tem mais. O meu critério não é só, já disse várias vezes, o que a pessoa pensa, mas o que a pessoa faz. E tem mais ainda: eu considero bastante as que fazem o que acho direito e justo. E sempre digo a verdade. Não escondo nada, pois nunca escondi. Tenho conhecido pastores protestantes muito mais libertários do que vários anarquistas e mais sensatos do que muitos que vivem arrotando que estão libertando minorias. A vida, meus caros, é muito mais complexa, e as pessoas também, do que se pensa. Eu não podia ser libertário de mordaça sem reconhecer o mérito das pessoas. Ah! se todos que ocupam o poder fossem como Gabrielli, a nossa realidade  seria muito diferente do que a que vivemos. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O povo não acredita em mais nada


ToNy PacheCo


Boa parte dos internautas já deve ter visto este desenho da Ponte Salvador-Itaparica dos sonhos do governador (que eu, particularmente, gosto deste sonho, pois, se fosse na China, ficaria pronta em 14 meses). Mas, quero ir pra lá dos sonhos e do deboche do desenho. Quero refletir sobre como o brasileiro desistiu, MESMO, de qualquer consideração com nossos governantes e, criticamente, como o brasileiro vê a si mesmo: um povo que não tem futuro, a não ser o futuro de repetir seus erros ad infinitum, inclusive, o erro de escolher governantes ineptos, sem tesão para governar.
Destaques especiais: o erro de projeto da ponte (veja que, agora, na Via Portuária, derrubaram um viaduto que já estava pronto, portanto...); o buraco da ponte; o lixo da ponte; o engarrafamento da ponte, como a antever o que necessariamente acontece com tudo no Brasil - o passado sempre está presente e será repetido no futuro enquanto futuro houver.

terça-feira, 15 de maio de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

Imprensa: Reconstruindo a Realidade

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A semana passada foi conturbada para a Imprensa Brasileira. No domingo passado a TV Record anunciava a participação de Jornalista da Revista Veja nas maracutaias produzidas pelo bicheiro (contraventor, corruptor, etc) Carlinhos Cachoeira. A Revista Carta Capital também atacou sua "co-irmã" (tsc, tsc).

Hoje peguei a Revista Veja dessa semana para ver a resposta. A Revista da família Civita não deu o braço a torcer. Não deu qualquer desculpa sobre os métodos heterodoxos (na realidade de tão usados são é ortodoxos) do seu jornalista para conseguir informações do bicheiro goiano.

Mas, para nossa felicidade, em uma de suas reportagens, ela mostra para seus leitores as formas com que se consegue manipular informações dentro da Internet. "Táticas de guerrilhas nas redes sociais", "Fraudes nos Treding Topics do Twitter"... são facetas reveladoras de como o jornalismo brasileiro se encontra evoluído (sic). Nada como uma crisisinha entre os burgueses donos da imprensa para que tenhamos alguma coisa de útil.

Lembrei de um pequeno texto que escrevi há uns 5 anos atrás sobre as maneiras de se Fabricar Notícias. Como diz a Veja: Internautas, fiquem de olho neles"... Dentro desse pronome "NELES", favor encaixar a própria Veja e este honroso e glorioso Blog dos Inimigos do Rei também (rs, rs).

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Gostaria, nesta semana, de falar um pouco mais sobre o que poderíamos definir como a Fabricação de Informação no Jornalismo.

Até que ponto a imprensa manipula ou não os fatos e acontecimentos, criando representações de mundo que convêm ou aos jornalistas, ou aos seus chefes?

Há muita gente escrevendo sobre isso pelo mundo. Aqui no Brasil, Ricardo Antunes em artigo sobre a greve dos petroleiros em 1995 afirmava que a opinião pública (que execrou a greve) era na realidade a opinião que se publicava (ou a de quem publicava), ou seja, as opiniões hegemonicamente contrárias a greve.

Pierre Bourdieu, sempre expôs suas críticas contra os jornalistas, acusando-os de construtores de representações sociais, devido a seu grande poder:

Segundo ele, no livro "Sobre a Televisão", "Os jornalistas devem sua importância no mundo social ao fato de que detêm um monopólio real sobre instrumentos de produção e de difusão em grande escala da informação, e, através desses instrumentos, sobre o acesso de simples cidadãos, mas também de outros produtores culturais, cientistas, artistas, escritores, ao que se chama por vezes de 'espaço público', isto é, de grande difusão".

O que se põe em discussão, sabendo-se deste poder, é sobre o que se faz com esse poder, ou mesmo, se queremos este poder utilizado de forma não democrática dentro da sociedade. O que está em debate também neste tema é um equilíbrio entre liberdade e controle de expressão.

A Revista Superinteressante desse mês de julho tem como reportagem de capa a "Energia Nuclear", denominando-a, ali mesmo na capa, de "vilão que pode salvar a Terra", e que ela havia se transformado na "maior esperança da ciência contra o aquecimento global".

Mas, infelizmente, somente dentro da revista as coisas começam a tomar rumos diferenciados. No editorial retoma-se um tom mais realista, deixando mais ou menos claro que a energia atômica não virou algo inofensivo. A grande questão é saber-se se a capa já não influenciou o leitor para que tome posição favorável ao uso daquele tipo de energia.

No livro "A Fabricação da Informação", os autores Florence Aubenas e Miguel Benasayag, são otimistas com relação à percepção pública da relação entre realidade e jornalismo:

"Depois de ter acreditado por muito tempo que uma coisa é verdadeira 'porque está escrita no jornal', a convicção popular se inverteu. De palavras sagradas, as notícias fornecidas pela imprensa tornaram-se, aos olhos dos que a lêem, forçosamente falsas, ou sempre suspeitas".

Tomara que as pessoas estejam mesmo de olhos bem abertos.

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Querendo um pouco mais de informação sobre o tema siga o Link:

quinta-feira, 10 de maio de 2012

ZERO CARRO ZERO

Venda de carros Zero Km tem maior queda desde 2003


toNY pachecO

Quase ia me passando no acompanhamento da diminuição drástica da compra de carros zero km vendidos no Brasil. Agora, em abril, DIMINUIU mais ainda a venda de carros zero km no Brasil. Claro, ninguém aguenta mais pagar por um pedaço de lata pintada o valor de um apartamento.
Veja os dados da queda de vendas na página SUA GRANA. É só clicar aí em cima...

Ney Campello admitiu falta de acessibilidade

Ney Campello admitiu que o governo se passou, mas disse que é fácil consertar isso. E é mesmo, com coragem. toNy pachEco Gosto (e, acho, todo mundo gosta...) quando uma autoridade desce do salto alto e diz apenas que se enganou, mas que vai consertar o erro. Ney Campello, o secretário da Copa de Wagner/PT, ao ver que o projeto da Arena Fonte Nova não contempla passeios largos e acessíveis no entorno do novo estádio, simplesmente admitiu que o governo "se passou", mas, na lata, disse que isso vai ser consertado já. Disse isso, ontem, dia 9 de maio, oito dias depois de a gente ter denunciado que os empreiteiros "esqueceram" as mulheres, os portadores de necessidades especiais, os idosos e as crianças ao não projetar passeios largos de acesso à Arena Fonte Nova. Pronto. Parabéns pra Ney! A gente fica desarmado. Não há mais razão para má-vontade. Agora, é só vigiar, pois o que Ney deve saber é que empreiteiro entra em obra oficial SÓ PRA GANHAR e não pensa em absolutamente ninguém, só numa coisa, lucro fácil e imediato. Então, tem que vigiar para que a obra não seja apenas para quem chegar de helicóptero. E é bom lembrar: estamos falando do passeio DO ENTORNO do estádio. Não estamos falando dos passeios internos. É o passeio que o arquiteto Rebouças "se passou" em 1951, aquele que envolve a Ladeira da Fonte das Pedras (Ladeira da Fonte Nova), alça que vai da ladeira e passa debaixo do Viaduto dos Engenheiros (que ironia!), Av. Costa e Silva (frente do estádio no Dique), escadaria GIGANTE da avenida até a Ladeira da Telebahia (Rua Baltazar da Silveira), Rua Anfrísia Santiago (acesso à tribuna de honra) e, finalmente, de volta à Ladeira da Fonte Nova. É este conjunto de passeios que é usado pra se chegar ao estádio. Fique atento Ney, que nós ficaremos também. Os empreiteiros farão tudo pra não gastar a merréquinha ali, pois é obrinha de nada, mas eles não querem gastar, só ganhar.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vergonha em rede nacional

Kraus Berg






Três faces do horror: do blog de Cristina Aragón (iBahia), os camelôs que cercam a Rodoviária de Salvador por todos os lados; a Estação de Transbordo Iguatemi e a passarela Iguatemi-Rodoviária, tomadas por camelôs que não deixam o público passar.


O "Jornal Nacional" de hoje, segunda-feira, 7 de maio, mostrou a Rodoviária de Salvador, causando VERGONHA para todos os baianos, do governador ao prefeito, dos deputados aos vereadores, e, claro, a todos nós, que não reagimos à favelização da cidade na qual nascemos e na qual vivemos.
Pequena, acanhada, mal-ajambrada, tosca, desconfortável, a Rodoviária de Salvador está situada num lugar que foi bom em 1970, mas que, hoje, 42 anos depois, é totalmente desaconselhável, pois está no centro do maior tumulto de trânsito da Bahia, a região do Iguatemi, onde dois shoppings e uma rodoviária, além de empreendimentos gigantescos como Mondo Plaza e Suarez Trade, transformaram a região num gargalo gigante.
E aí vem a Copa do Mundo 2014 com Salvador sendo, talvez, a única cidade-sede que terá apenas e uma coisa a mostrar aos turistas: o estádio. Embora vá ser um inferno pra chegar à Arena Fonte Nova, como já foi mostrado aqui, pois a pé não vai dar, porque não há um passeio em volta do estádio. De carro não vai dar, pois haverá 2 mil vagas e a Fifa exigia 5.500 que não serão feitas. De BRT ou metrô não vai dar, pois o governo do estado boicotou o primeiro, que podia ser construído pelos empresários, e não fará o segundo, pois não tem dinheiro pra isso. Restará aos turistas exigirem em seus pacotes o HELICÓPTERO, único meio de transporte ainda possível em Salvador.
Tomara que o "Jornal Nacional" da Globo continue a mostrar nossas coisas toscas, quem sabe a gente toma vergonha...

Me siga no Facebook: Leandro Kraus Berg Leal, quem sabe você gosta...............

Contos

Novo conto. Filhos. Não tendo nada melhor a fazer veja se ri ou se chora.  Ricardo Líper

Outra de S. Tomé

Ricardo Líper
A pergunta é uma só? Veja se consegue empregar alguém? Quero dizer, um jovem ou velho ou mulher ou seja lá quem for? Concursos? Outro sintoma.  Milhares de concorrentes. Talvez seja mais fácil acertar  na loteria ou acertar no bicho. Acorda S. Tomé. A Grécia atual é aqui. Acorda S. Tomé. E vai piorar.

sábado, 5 de maio de 2012

Este Ano Tem Eleição... Tem Sim, Senhor.

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El Brujo -  14 de Abril de 2008 - Mídia Rebelde

Salvador terra dos esquecidos do PAC... estamos em abril (mês da mentira) e a situação eleitoral já começa se definir nos partidos maiores: o ‘demô_nio’ já envio o seu representante oficial [o neto do seu mais fiel escudeiro e coadjuvante nas malvadezas contra o povo pobre e periférico]. Enviou, é claro, outros candidatos também para fazer a “misansene” de praxe e tornar o cenário um pouco mais realista para convencimento da grande platéia do espetáculo circense da afirmação da democracia representativa.

É o ponto que devemos atentar, pois vão falar muito desse tema: o que é essa tal de democracia [do povo para o povo] representaviva [sem o povo, pois muita gente mandando atrabalha] de que tanto falam e esqueceram de informar a raia miúda dos daqui de baixo e localizados estrategicamente na periféria das coisas boas da cidade: lazer, educação, saúde, segurança pública, etc...

Governo do povo, que não é exercido pelo povo... E no nosso lugar entra a figura do representante, que representa os seus interesses pessoais e familiares, e da ‘curiola’ que gravita em torno de valores que nunca é explicitada a sua origem, bem como sua a finalidade. Mas com dinheiro em jogo... nem o diabo fica quieto e já começou a brincadeira/confusão com o valor que o cabeça branca deixo para seu povo de casa e que será o ‘cacife’ dessa eleição.

O último exemplo público: no oficial tem-se trezentão [milhões] para ser rateado entre os ‘vivos’. E o povo sem instrumentos concretos para dizer o que quer para si e para os seus... tomando as rédeas desta besta fera [gestão da coisa pública] que só corre em direção as baias dos poderosos, velhos de sempre, na vivência neste picadeiro.

Lá da periféria da cidade o povo é convocado, por força de uma lei do tempo do jeca tatu e de suas gordas lumbrigas – que nos rouba as potências de dizer um basta à tanta desfasatez – para escolher o que não se conhece, não se sabe em menor profundidade da engrenagem da máquina pública.

O convite do tribunal é para escolher figurinhas caribadas, que aparecem numa tela impasível e impessoal, e que nada informa das relações de poder contruídos entre representantes e [os nada] representados...

Relação de dominação, isto sim, que é próprio do mundo das representações políticas. Representações estas em que só alguns caras-de-pau governam em nome de muitos miseráveis sub_nutridos, sub_informados, e além disto tudo perseguidos pelos ‘homé’ da boina preta... perseguição agendada em nome da garantia da felicidade dos faustos consumidores e pagadores de impostos.

Tantas são as questões em jogo, que é sem sentido a escolha entre o bem e o mal... temos de ir além, em busca de novas relações.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O 1º de Maio não é um dia de festa

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O Primeiro de Maio não é um dia de festa. É um dia de protesto e de luta para a classe trabalhadora.

O histórico e os fins do Primeiro de Maio são, em resumo, os seguintes. Em 1885, nos Estados Unidos, as organizações operárias resolveram marcar o dia 10 de Maio de 1886 para o começo duma greve geral com o intuito de conquistar-se a jornada de 8 horas. Uma intensíssima propaganda foi feita, nesse sentido. Tão intensa, que muitos patrões, antes mesmo daquela data, concediam já, aos operários, a redução de horário reclamada. Mas o movimento continuou, incessante, tomando proporções gigantescas.

Assim, naquele dia memorável dum ao outro lado da república americana, os trabalhadores conscientes e organizados abandonam o trabalho, dispostos à conquista das 8 horas. Estava feita a greve. Foi formidável. Dentro de alguns dias, 125 mil operários eram satisfeitos nas suas reclamações. Um mês após, esse número subia a mais de 200.000. A causa estava ganha.

O movimento de 1886 não foi pacifico. A polícia cometeu os maiores atropelos. Assim, no dia 4 de maio, realizava-se em Chicago um grande comício de protesto contra as violências da autoridade. A polícia, porém, entendeu de atacar os manifestantes. Um pelotão de policiais avançou. Foi quando uma bomba estourou, no meio destes, matando 10. Até hoje não se sabe quem atirou a bomba. As forças armadas, então, redobraram de violência.

Mais de 80 pessoas do povo sucumbiram sob as armas da polícia. Mas a burguesia não ficou satisfeita com isso. Preparou um processo contra aqueles que mais se destacaram no movimento. Acusou-os de serem os autores da bomba. Processou-os. Condenou-os.

Três foram condenados a trabalhos forçados e cinco à pena de morte. Um destes suicidou-se. Os outros quatro foram executados na manhã de 11 de novembro de 1887. Spies, Fischer, Engel, Parsons, can­tando a Marselhesa, foram enforcados no próprio cárcere, às 11:50 horas do dia 11 de novembro de 1887. A burguesia respirou...

Pois bem. Em 1893, o governador do estado de Illinois levou a cabo uma revisão do processo. Resultado: todos aqueles oito homens eram inocentes. Os três que estavam presos foram postos em liberdade, E os outros cinco... Ah! estes estavam mortos... não havia mais remédio.

Foi em 1889 que na Europa se decidiu marcar o Primeiro de Maio como data de manifestação anual de protesto. Neste dia nenhum trabalhador consciente trabalha. Vai para a praça pública, vai para a sede do seu sindicato firmar o seu protesto contra o crime da burguesia americana. Ao mesmo tempo faz, nesse dia, um ensaio de greve geral.

Os políticos e artistas atrelados a eles, entretanto, procuram desviar o caráter do movimento. Procuram transformá-lo em festa do trabalho ! Como se o trabalhador, roubado, enganado, pudesse ter disposição para festanças em nome de sua própria exploração.

Texto transcrito do jornal
A VOZ DO TRABALHADOR
(Órgão da Confederação Operária Brasileira)
Rio de Janeiro, Brasil, 15 de Abril de 1913, N0 29, Ano VI

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Obs.: Leia mais sobre o Primeiro de Maio nas Postagens abaixo.

Falta acessibilidade na Arena Fonte Nova

Note que a área do estádio é cercada por ruas e avenidas. Só que 90% dos passeios deste entorno são estreitos, incapazes de dar vazão aos torcedores, o que antigamente gerava uma multidão andando pelo meio dos automóveis. Será que vão dar um jeito nisso? . . . tony PAcheco . . . A Arena Fonte Nova, que substituirá o Estádio da Fonte Nova, deve repetir, mais de 60 anos depois, o mesmo erro de sua inauguração em 1951: não é um equipamento acessível a cadeirantes, mulheres de salto, idosos, crianças, gordos torcedores barrigudos, enfim, não terá acessibilidade à maioria dos baianos. Tudo igual Diógenes Rebouças bolou nos meados dos anos 1940. Será um estádio de acesso fácil só para jovens atletas, pesando entre 50 e 70 quilos, no máximo. Qualquer dificuldadezinha de locomoção ali será punida severamente, como o foi nos últimos 60 anos... Não haverá passeios largos e lisos para que todos possam ter acesso à Arena Fonte Nova. Ponto. Ironia? Não, não é ironia. A todos os projetos que tivemos acesso (atenção senhores construtores, este negócio está sendo edificado com dinheiro público, vale dizer, meu dinheiro, portanto, o acesso deveria ser total e irrestrito e não mostrar uma maquete dizendo que é acesso aos projetos...), ficou claro que o erro cometido pelo arquiteto e urbanista Diógenes Rebouças será repetido agora. ESCRAVO DO TEMPO . . Diógenes, entretanto, tem a seu favor as circunstâncias temporais: nos idos dos anos 1940, a Humanidade (não só em Salvador, mas em Londres ou Hong Kong) não tinha atingido ainda o patamar civilizatório de considerar as dificuldades de locomoção como algo a se superar e não a servir de chacota ou desdém. Seria até uma coisa de profeta exigir de Diógenes Rebouças que cercasse o Estádio da Fonte Nova e o Ginásio Balbininho de uma rede de passeios largos e lisos para que cadeirantes, idosos, mulheres usando salto, crianças, mulheres grávidas ou gordos torcedores cheios de cerveja na barriga como eu já fui pudessem adentrar o espaço sem dificuldade. Pelo contrário, o antigo Estádio da Fonte Nova era um absurdo de inacessibilidade cercado por passeios ridiculamente estreitos e por mais de uma centena de obstáculos dos tipos vãos, desvãos, escadarias, meios-fios altos demais, as ridículas pedrinhas portuguesas, enfim, uma corrida de obstáculos para a maioria das pessoas que não fossem atletas. LOCALIZANDO NO ESPAÇO . . Posso estar redondamente enganado, mas acredito que todos das áreas de Engenharia e Arquitetura envolvidos na obra tenham ideia da localização espacial da Fonte Nova. Mas quem está lendo este texto pode ir ao Google e localizar a gigantesca área: ela está situada entre a Ladeira da Fonte das Pedras, também conhecida como Ladeira da Fonte Nova; segue-se uma alça que vai desta ladeira até o início da Avenida Presidente Costa e Silva (que passa na frente do estádio e onde estão situados dois restaurantes no Dique do Tororó); segue-se a própria Av. Costa e Silva; depois uma imensa escadaria ligando a avenida à antiga Ladeira da Telebahia, que hoje tem o nome de Rua Professor Hugo Baltazar da Silveira; segue-se, subindo, e entra-se na Rua Professora Anfrísia Santiago, que é a rua de acesso à antiga Tribuna de Honra do estádio e, finalmente, volta-se à Ladeira da Fonte Nova, fechando-se a figura geométrica irregular que circunda a Arena. Pois é, em todo este passeio circundante, 90% não têm largura superior a 2 metros e em boa parte o passeio, esburacado, como convém a Salvador, tem pouco mais de 1 (eu disse UM...) metro. Em sua maior parte também, principalmente na entrada dos torcedores pela Ladeira da Fonte Nova, há mil obstáculos diferentes, sendo o mais comum deles, os degraus. O QUE SE DEVE FAZER? . . Não estamos mais em 1943, quando se teve a ideia de fazer a Fonte Nova, nem tampouco em 1951, quando ela foi inaugurada, quando Diógenes Rebouças e seus contemporâneos não pensavam em acessibilidade. Estamos no décimo segundo ano do século XXI e, portanto, no século das preocupações humanitárias civilizatórias de mobilidade para todos, portanto, não podemos construir um estádio moderníssimo cercado por um anel de passeios de 1 metro e repleto de degraus. Qualquer engenheiro ou arquiteto envolvido no projeto pode incluir (pois espaço na área há de sobra...) um largo passeio de pelo menos 5 metros de largura, sem obstáculos, cheio de rampas em vez de degraus. E passeio de concreto escovado e com peças esparsas de granito, jamais pedras portuguesas e paralelepípedos, inimigos dos idosos e das mulheres. Agora, fique bem entendido: não estamos falando dos passeios internos de locomoção dentro das novas instalações que estão sendo construídas. Estamos falando do anel de passeios circundante, nas vias que enumeramos acima, pois a Arena só terá 2 mil vagas de estacionamento, quando a FIFA exige 10% em relação ao público. Quer dizer, como a Arena terá capacidade de 55 mil pessoas, deveria haver 5.500 vagas de estacionamento. Não haverá. Portanto, a maioria esmagadora dos torcedores virá pelos passeios circundantes à área, pois seus veículos estarão estacionados longe dos portões do estádio. Esta acessibilidade por este anel de passeios do entorno é fundamental para que o projeto não erre numa coisa tão simples e necessária, como errou em 1951. O governador do estado e o prefeito da capital poderiam se unir nesta exigência aos construtores e a sociedade civil, claro, deveria exigir esta união para que não se construa um equipamento público que hostilize quem vai usá-lo pelas próximas décadas. Fica a sugestão.

1º de Maio de 1909 - A Luta

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Aproxima-se a hora! Cada dia como este, que passa qual ponto luminoso na triste e negra história proletária, é como as horas lentas de imenso relógio que apressam o epílogo duma grande tragédia de dor. 

Já ninguém põe em dúvida os direitos humanos dos trabalhadores, já ninguém nega as grandes conquistas morais da humanidade do século 20 e aqueles que ainda persistem em estacionar ou regressar no caminho do progresso, o fazem invocando velharias tradicionais que não resistem à menor análise. 

É que as novas concepções positivas da vida, como são solida e logicamente baseadas na natureza humana, não podem sofrer contestação de espécie alguma. 

Poderão os egoístas não se abalar, acostumados como estão a viver no regime da injustiça ao qual se locupletam, mas não ousam negar os nossos direitos, o direito de todos os homens de viver e gozar os infinitos encantos da natureza. 

Tempos houve em que os intelectuais, ao soldo da burguesia, tentavam discutir ideias sociais com os novos campeões da igualdade e da justiça, e mais de um escritor socialista e anarquista terçou armas com adversários burgueses. Hoje não! O burguezismo sabe que não tem razão; sabe que vive da sua injustiça e da miséria dos seus semelhantes e por isso responde à lógica férrea dos nossos argumentos com balas e prisões, com atropelos e com mortes... 

A velha sociedade de iniquidades debate-se desesperadamente na agonia e lança mão dos meios mais ignóbeis para tentar abafar a voz da justiça; mas será inútil o esforço. Nem as modernas armas de guerra conseguirão sufocar sentimentos que estão no âmago do coração do povo; nem a tortura produzirá mais o efeito de fazer abjurar ideias que acalentam a vida, que são a própria vida! 

A hora aproxima-se! E a burguesia, pálida de espanto, sente esbarrondar-se o seu formidável castelo de privilégios que tem feito a infelicidade de tantas gerações. 

Caminhamos para o futuro; marchamos para a sociedade nova, para o império da verdade, lá onde não se ouvirá gritos de sofrimentos nem estertores de famintos, onde se não ouvirá o ronco do canhão vomitando morte, nem o tinir das correntes arrastando vítimas e onde os homens, apagando os traços das fronteiras convencionais, unir-se-ão universalmente como uma grande família, no seio da qual haverá lugar para todos, porque todos são irmãos. 

Marchemos. A hora da chegada aproxima-se!

Transcrição do Jornal A Luta, de 1º de Maio de 1909.