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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Governador bonzinho e professor malzão ou Professor bonzinho e governador malzão?"

SABEDORIA ÁRABE

— "Quem não sabe e não sabe que não sabe, é um imbecil: deve ser internado.
— “Quem não sabe e sabe que não sabe, é um ignorante: deve ser instruído.
— “Quem sabe e não sabe que sabe, é um sonhador: deve ser acordado.
— “Quem sabe e sabe que sabe, é um sábio: deve ser imitado.”


Tony pacHeco

Desde que me entendo por gente sou um inconformista, principalmente diante de discursos simplistas. Não aceitava nem de meu pai e de minha mãe as explicações primárias: "Isso é assim porque é assim..." Discutia e, às vezes, apanhava, mas não desistia de questionar. O primarismo no discurso me enoja, incomoda e eu, quando vejo, pronto, falei... Às vezes perco muita coisa com isso, mas não me perco de mim mesmo. Tem sido suficiente até aqui.
O introito foi necessário porque nos últimos 100 dias todo mundo que é "intelectualizado" começou a demonizar o governador da Bahia e a enaltecer os professores que trabalham para o governo do estado da Bahia. 
No meu entender, não é bem assim e há umas mitologias (no sentido de Barthes) a serem decifradas. Vamos tentar?

1) O GOVERNADOR MALZÃO - na verdade, todo governador, desde Thomé de Souza até o atual, não foi eleito para consertar o mundo. O Brasil foi descoberto por uma coroa (a portuguesa) interessada em se firmar no mundo. Uma coroa paupérrima, que governava um país ridiculamente pequeno e que precisava extrapolar sua insignificância para poder justificar sua existência. Portugal existe porque se jogou ao mar e "descobriu" o Brasil, pontos da costa africana, pontos da costa indiana e, por incrível que pareça, até pontos da China e da Indonésia. Então, os portugueses que vieram pra cá não vieram construir uma nova civilização como os ingleses que fugiram da coroa inglesa e fundaram a América. Os portugueses vieram ocupar um território e explorá-lo para levar os resultados desta exploração para a pequeníssima metrópole na Europa. Nunca houve a pretensão de construir uma nação por aqui: isto aqui era uma área de caça. Só. Então, falar que um governador, isoladamente, foi ou é responsável pela deseducação do nosso povo, é uma meia-verdade, isto é, é uma mentira. Governadores vieram e virão e nosso povo continuará ignorante, pois este é o fundamente da ocupação do Brasil: uma elite predadora pega tudo para si e o povo tem que ser mantido na ignorância, pois se não for mantido sem educação, acaba um dia descobrindo que tem direitos e expulsa os grupos dominantes. Isto não aconteceu, não está acontecendo e não acontecerá. Agora, muito mais tranquilamente do que quando os portugueses tinham que oprimir e manter na ignorância apenas os indígenas, os verdadeiros donos da terra. Hoje é mais fácil, porque quando você atinge 200 milhões de pessoas, elas não conseguem mais se organizar. China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Brasil, Paquistão, Bangladesh, Nigéria e México dão uma grande lição ao mundo: bote o povo para procriar sem controle pois, aí, você, como dominante, terá sempre a desculpa que não pode dar uma vida digna a todo mundo, pois tem gente demais. Isto serve a todos os citados e não só ao Brasil e não só à Índia. Os Estados Unidos, o país mais rico do planeta, tem 50 milhões de pobres e ignorantes, admitidos oficialmente pelo presidente Barack Obama, para desespero dos brancos ricos de lá, que querem posar de paraíso do mundo...
O governador da Bahia não é malzão nem bonzinho. Ele apenas segue um projeto histórico que foi, é e será este mesmo. Com tendência a piorar, pois a população brasileira na minha infância era de 70 milhões de pessoas e, hoje, como adulto, bateu nos 200 milhões (ou está perto desta hecatombe). É o governador quem vai dar educação pra este povo todo? Ora, me poupem. Mesmo que ele quisesse ele não tem condições de fazer isso. Só se a maior parte do povo desaparecesse ou se houvesse uma revolução sanguinolenta que mudasse tudo: nem eu, nem você que está lendo esta minha bobajada, nem ninguém, quer nem uma coisa nem outra, não é verdade?

2) PROFESSOR BONZINHO: Bismarck, o verdadeiro fundador do Estado Alemão moderno, determinou ao kaiser (o imperador da Prússia, que era, dos estados alemães, o que verdadeiramente mandava na época da construção da Alemanha unificada e moderna que hoje conhecemos) que os professores deveriam ser os funcionários públicos mais bem pagos, para ficarem imbuídos do sentimento messiânico de que estavam formando (no sentido acadêmico do termo) a geração que iria construir a mais importante nação do mundo, a Alemanha. E assim foi feito. Em uma geração, os alemães se tornaram o povo mais poderoso da Europa, tentando, inclusive, por três vezes (Primeiro Reich, Segundo Reich e Terceiro Reich...), dominar todo o continente. E se não fossem os Estados Unidos, teriam conseguido na segunda ou na terceira vez... A Coréia do Sul está fazendo a mesma coisa agora e já elegeu o secretário-geral das Nações Unidas, justamente porque tornou-se um país relevante baseado no nível educacional do seu povo e na riqueza gerada por esta educação, como os alemães o são até hoje.
Professores são, sim, os formadores de cidadãos mais importantes em sociedades civilizadas (isto não vale para boa parte do mundo) e o Brasil é uma delas. Contudo, professores são seres humanos e têm, como todos os seres humanos, interesses pessoais, particulares, de grupo. Então, nesta greve atual, por exemplo, vários professores têm partidos políticos adversários do governador da Bahia. Adversários do partido do governador da Bahia. Professores-políticos que acham que os projetos dos partidos deles (a maioria, inclusive, saiu do partido do próprio governador, por falta de espaço para impor seu projeto) são melhores que o projeto do partido do governador. E, aí, nada melhor do que um período eleitoral para reivindicar tudo que é justo. Pois todas as reivindicações são justas, mas são reivindicadas num momento eleitoral para destruir o partido do governador. 

RESUMO DA ÓPERA

A discussão primária tem que parar, pelo menos para mim. Nem o governador é malzão, nem os professores são bonzinhos. O governador pode ser bonzinho em certos momentos, assim como os professores podem ser bem malzões neste momento. 
É tudo luta política, ninguém está, realmente, interessado em educar nosso povo. Ou eu sou um imbecil que não entendo nada de nada? Acho que sou.


CASTAN : Holocausto : Judeu ou Alemão ?

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SABEDORIA ÁRABEOs árabes afirmam:— "Quem não sabe e não sabe que não sabe,é um imbecil: deve ser internado.— Quem não sabe e sabe que não sabe,é um ignorante: deve ser instruído.— Quem sabe e não sabe que sabe,é um sonhador: deve ser acordado.— Quem sabe e sabe que sabe,é um sábio: deve ser imitado."(

Correio do Povo

, 01 /09/86)"Ninguém tem um monopólio de apresentar o d

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