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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Que chuva, hein???

TRÊS BOMBONS E UMA BOMBA - X

toNY pacheco

Venho de uma terra chuvosa e fria, muito fria, junte-se a isso os sobrenomes alemães dos meus avós e bisavós, e temos uma intolerância a chuva em qualquer quantidade. Então, para os "chuvófobos" (tenho certeza que este transtorno não está catalogado no CID, muito menos com esta grafia ushdwuashdfdfdssdefwgrgjgegegfw), três boas dicas para ver em casa com a companheira, com o companheiro, com os camaradas, enfim, com você mesmo, que é sempre a melhor companhia... Dizem que vai melhorar amanhã, mas, em se tratando de Salvador, who knows???

TRÊS BOMBONS

Pense num thriller espetacular. Agora, bote mais espetacular nisso porque tem tiradas filosóficas. É "72 Horas". Se você não gostar, entre no blog e me chame de oligofrênico...


72 HORAS (The Next Three Days), dir. e roteiro de Paul Haggis, com Russel Crowe, Elizabeth Banks, Liam Neeson e Brian Dennehy. Crowe é um professor universitário num casamento perfeito com Elizabeth Banks e um filhinho. Bem propaganda de margarina. Mas tudo muda muito rápido, quando Banks é acusada do assassinato brutal de sua chefa. Três anos de recursos judiciais sem esperanças e Banks está para ser transferida para uma penitenciária onde ficará o resto da vida. Crowe tem três dias apenas para livrar sua mulher daquele inferno e reconstruir sua vida. Um dos melhores thrillers dos últimos tempos. Surpreendente, pois se começa a assistir sem que se dê conta que estamos diante de uma obra-prima de suspense. Tiradas filosóficas da personagem de Russel Crowe também excelentes. Liam Neeson aparece por segundos e deixa marca indelével. Dennehy só precisa do seu olhar, também por segundos, para dar verossimilhança ao filme. Imperdível, mesmo. 132’’ Cotação: ***** (5 estrelas) 2012.

“AS FÉRIAS DA MINHA VIDA” (Last Holiday), direção de Wayne Wang, com Queen Latifah, LL Cool J, Gerard Depardieu, Timothy Hutton, Giancarlo Espósito e Alicia Witt. Latifah é uma vendedora de utensílios para o lar em New Orleans e trabalha com LL, seu sonho de consumo amoroso (possibility). Um dia recebe a notícia que tem um mal raro e só tem três semanas de vida. Vende tudo que tem e parte para férias milionárias em Karlovy Vary, na República Tcheca. Ali encontra seu ex-patrão que não a conhecia (Hutton), o senador que representa sua comunidade (Espósito) e uma nova maneira de ver o mundo: nem tudo com o que nos preocupamos vale realmente a pena. Comédia deliciosamente irresponsável com paisagens belíssimas. 2005. **** (4 estrelas) 111 minutos.


“AMARELO MANGA”, direção de Cláudio Assis, com Matheus Nachtergaele, Jonas Bloch, Dirá Paes e Chico Diaz. Histórias de pessoas comuns no Recife histórico, entrelaçadas pela mesmice: tudo gira em torno do sexo e do estômago. Lento, mas poderoso ao mostrar um Brasil e um mundo de pessoas que são a maioria em toda parte. Vidas sem glamour. *** (3 estrelas) 101 minutos

UMA BOMBA

“BRIGADA 49” (Ladder 49), direção de Jay Russell, com John Travolta e Joaquin Phoenix. Joaquin vive um bombeiro em Baltimore que se torna herói, como no subtítulo do filme: “Todo herói tem um destino”. Dá para adivinhar logo qual vai ser o destino dele. “Abacaxi de caroço” para homenagear os bombeiros americanos, muito idolatrados depois dos serviços que mostraram no World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Piegas, lento e chato. Hello! Não sou antiamericano, embora os EUA seriam um lugar no qual eu não gostaria de viver. O tema é até bom, mas foi filmado às pressas e mal filmado. Ficou "chaterésimo". Cotação: * (uma estrela) 115 minutos.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um por todos: A Ilusão da Classe Trabalhadora

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Se algo constrangedor no movimento de greve de hoje dos petroleiros pode ser símbolo  da crise por que segue o sindicalismo foi a situação por que passou o diretor Henrique Crispim na entrada do prédio do EDIBA-Petrobras em Salvador.

Desde antes das 7 horas da manhã com o carro de som na porta do prédio, Crispim esteve ali, sozinho até as 13 horas, quando passou mal, e teve de ser levado ao Posto Médico, em uma cadeira de rodas conseguida pelos próprios trabalhadores de segurança da Petrobras.

Sozinho, um pouco antes de passar mal, Crispim não se mantinha em pé, devido, como ele próprio falou, a “ferros enfiados em sua perna, devido a um acidente”.

Cena de um filme de terror, constrangedor para o próprio sindicalismo baiano. Enquanto ele pedia as pessoas que não entrassem, a maioria absoluta nem ligava para o que ele falava, mesmo sabendo que a maioria das áreas havia votado em favor deste dia de greve. Enquanto ele passava mal os trabalhadores do prédio continuavam passando pelas catracas eletrônicas sem o mínimo de atenção sobre ele. Era como se ele nem estivesse ali.

Não estou aqui para dizer se a minoria que estava do lado de fora estava certa ou não. Este texto é apenas uma pequena análise do que representa para mim todo este quadro grotesco.

E.P.Thompson, um historiador que escreveu o livro A Formação da Classe Operária Inglesa, dizia o seguinte sobre o que para ele seria uma Classe Social:
“...a classe acontece quando alguns homens, como resultado de experiências comuns (herdadas ou partilhadas), sentem e articulam a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens cujos interesses diferem (e geralmente se opõem) dos seus”.
A versão brasileira deste livro é de 1987. Não faz muito tempo. Thompson é nosso contemporâneo. Faleceu em 1993, na Inglaterra.

Sua ideia de Classe não é a mesma de marxistas clássicos, para os quais existe uma Classe pré-determinada. Com uma consciência pré-existente, desde que o indivíduo se encontra em um trabalho manual, por exemplo, ele terá a consciência de que é trabalhador. O trabalho de uma vanguarda intelectual seria trazer a tona esta consciência de proletário, o que faria com que se identificasse com outros trabalhadores e se organizasse, para lutar por um mundo melhor para todos eles, operários.

Thompson acreditava que a tal consciência surgiria apenas se fosse desejo dos indivíduos. Desejo surgido, seja pela necessidade, seja pelo conhecimento que adquirissem com suas experiências vividas.

Somos, então, aqueles que se encontram trabalhando nas áreas da Petrobras, ou de qualquer outra empresa, ou de qualquer escola, faculdade, fábrica, instituição pública, ainda elementos de uma determinada Classe? Podemos ser considerados membros de uma "Classe de Trabalhadores"?

Temos nós, uma identidade comum, um desejo comum, uma ânsia comum de melhorar a vida de todos? Será que houve em algum tempo na História do ser humano na Terra algum momento em que essa Classe tenha existido?

Ou sempre fomos apenas uma massa de indivíduos que só ligam para o próprio umbigo e que têm em seu DNA o desespero da sobrevivência, que nos deixa cada vez mais individualizados?

Talvez exista uma crise sistêmica no sindicalismo justamente por isso. Os sindicatos representam gente que quer, na realidade, resolver primeiro “seus” problemas. E a ideia de uma Classe Trabalhadora, existente no mundo das ideias de muita gente que foi até mesmo torturada e assassinada por isso, existe com a condição básica da solidariedade. Quando essa condição é lançada para trás, torna-se uma condição distante das prioridades básicas, então a Consciência de Classe torna-se impossível.

Talvez tenhamos nos enganado todo este tempo. Mas talvez ainda haja tempo para nos recuperarmos e começarmos a entoar um hino em prol do Capitalismo e do Individualismo, pelo menos deixaríamos a esquizofrenia ir embora para longe.

E chegaríamos mesmo, como Winston, em 1984, obra de George Orwell, a declarar conscientemente nosso amor incondicional ao Big Brother.

Quem tem medo da "ira muçulmana"?


pela equipe da Avaaz - publicado em 20 de setembro de 2012 01:18

A capa de uma revista dos EUA (veja abaixo) mostra a posição obtusa da mídia de massa nas duas últimas semanas: um mundo muçulmano está ardendo em um sentimento de ira contra o ocidente por conta de um filme islamofóbico e hordas de manifestantes violentos pelas ruas ameaçam a todos nós... Mas é verdade isso? Cidadãos e as novas mídias estão respondendo, e o site Gawker fez uma sátira brilhante desta onda mostrando imagens alternativas à "ira muçulmana" (no Twitter, várias pessoas responderam à 'hashtag' #MuslimRage, usada ao longo deste artigo):







7 coisas que não lhe contaram sobre a "#MuslimRage":

Como qualquer pessoa, a maioria dos muçulmanos acharam o vídeo islamofóbico de 13 minutos de má qualidade e ofensivo, e os protestos se espalharam rapidamente, tocando em feridas compreensíveis e duradouras sobre o neo-colonialismo dos EUA e a política externa ocidental no Oriente Médido, assim como a sensibilidade religiosa no que diz respeito a representações do profeta Maomé. Mas frequentemente a cobertura de mídia omite algumas informações importantes:
  1. As estimativas iniciais mostram que a participação em protestos contra o filme representam de 0,001 a 0,007% da população mundial de muçulmanos: 1.5 bilhão de pessoas -- essa porcentagem representa uma pequena fração do número de pessoas que marcharam pela democracia durante a Primavera Árabe.
  2. A grande maioria dos protestos foram pacíficos. As violações das embaixadas estrangeiras foram quase todas organizadas ou nutridas por indivíduos do movimento salafista, um grupo radical islâmico que se preocupa mais com destruir os grupos islâmicos populares moderados.
  3. Oficiais líbios e americanos de alto escalão estão divididos sobre se o assassinato do embaixador dos EUA na Líbia foi planejado previamente para coincidir com o aniversário do 11 de setembro, e portanto não estaria relacionado com o filme.
  4. Além dos ataques feitos pelos grupos militantes radicais na Líbia e Afeganistão, uma avaliação das notícias atuais feita no dia 20 de setembro sugeriu que os manifestantes mataram, ao todo, zero pessoas.
  5. Quase todos os líderes mundiais, muçulmanos ou ocidentais, condenaram o filme, e quase todos eles condenaram qualquer tipo de violência que possa vir a acontecer enquanto resposta.
  6. O papa visitou o Líbano no auge da tensão, e líderes do Hezbollah participaram do sermão papal, abstiveram-se de protestar sobre o filme até que a santidade deixasse o local, e clamaram por mais tolerância religiosa. Sim, isso aconteceu.
  7. Após o ataque em Bengazi, cidadãos comuns foram às ruas da cidade e em Tripoli com cartazes, muitos deles escritos em inglês, com pedidos de desculpas e afirmando que a violência não os representava, nem sua religião.

Além dos pontos listados acima, há um grande número de notícias que foram ignoradas pela mídia na semana passada para dar margem a capa da revista Newsweek, a #MuslimRage e a cobertura dos conflitos. Na Rússia, dezenas de milhares protestaram nas ruas de Moscou contra o presidente russo Vladimir Putin. Centenas de milhares de portugueses e espanhois marcharam em protestos contra austeridade; e mais de um milhão de catalãos marcharam por independência.

Ira Muçulmana ou Estratégia Salafista

Conheça o Sheikh Abdallah, o apresentador de TV salafista que divulgou publicamente o filme. Foto: Ted Nieter
O filme "A Inocência dos Muçulmanos" foi escolhido e distribuído com legendas por Salafistas da extrema direita -- seguidores radicais de um movimento islâmico apoiado há muito tempo pela Arábia Saudita. O filme era uma produção barata, desastre no YouTube até que o apresentador de TV egípcio salafista, Sheikh Khaled Abdullah (à direita) começou a divulgá-lo para seus espectadores no dia 8 de setembro. A maioria dos muçulmanos insultados ignoraram o filme ou protestaram pacificamente, mas os salafistas, de posse de suas bandeiras pretas, lideravam os provocadores dos protestos mais agressivos que invadiram embaixadas. Os líderes do partido salafista egípcio participaram do protesto em Cairo que culminou na invasão da embaixada dos EUA.

Como a extrema direita nos EUA ou na Europa, a estratégia salafista e arrastar a opinião pública para a direita, aproveitando-se de oportunidades para espalhar o ódio e demonizar os inimigos de sua ideologia. Essa abordagem lembra muito o apelo anti-muçulmano do pastor americano Terry Jones (o primeiro a divulgar o filme no Ocidente) e outros extremistas nesse lado do mundo. Entretanto, nas duas sociedades os moderados ultrapassam (e muito!) em número os extremistas. Uma figura pública da Irmandade Muçulmana do Egito (o mais forte e popular oponente político dos salafistas no Egito) escreveu um artigo no New York Times dizendo: "Não responsabilizamos o governo americano ou seus cidadãos pelos atos daqueles que abusam das leis que protegem a liberdade de expressão".

A boa cobertura jornalística

Um solitário grupo de jornalistas e acadêmicos se aproximaram dos protestos com a intenção de entender de verdade as forças por trás das manifestações. Entre eles, Hisham Matar, que descreve com afinco a tristeza na cidade de Benghazi após a morte do embaixador Steven, e Barnaby Phillips, que explora como os conservadores islâmicos manipularam o filme em prol de si mesmos. A antropóloca Sarah Kendzior alerta para que não se trate o mundo muçulmano como uma unidade homogênea. E o professor Stanley Fish aborda a seguinte questão: porque tantos muçulmanos são tão sensíveis a representações muito pouco lisonjeiras do Islã

* pela transcrição, ToNy PacHeco.

Essa deu no Jornal da Mídia


Exército dá proteção a Joaquim Barbosa e cria zona de conflito com Dilma

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (Foto: José Cruz/ABr)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa
Temperatura alta – Azedou a relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Exército brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff fosse consultada, o Exército destacou os melhores e mais preparados oficiais da inteligência para dar proteção diuturna ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza a esse tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia a decisão.
Outros dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffolli, reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos seus mais altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O esquema criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas inclui também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico utilizado pelo magistrado.
A proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto comando do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a necessária proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os militares, que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que investigará apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, deixando de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no vácuo de um discurso fácil, repetitivo e mentiroso. (Ucho.info)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Salvador cansada de guerra...


Vejam este momento espetacular de Aninha Franco refletindo sobre a realidade cruel de Salvador e, por que não dizer, do Brasil.

Salvador está cansada

Aninha Franco, Muito / A Tarde

Um cansaço … A Cidade, essa que está suja, maltrapilha, com a saúde, a mobilidade e educação de seus habitantes depauperadas, com a segurança dos seus cidadãos caótica, tem sido obrigada a escutar discursos ufanistas do carlismo, kertismo, lulismo, petismo, como se eles estivessem fora da origem e perpetuação desses problemas e dos muitos outros que lhe assolam nas últimas décadas. O cenário político de Salvador é o mesmo há mais de trinta anos. Os candidatos são coautores dos desvios que estão aí quando passaram, fisicamente, pelas secretarias do poder executivo; ou indiretamente, quando seus partidos o ocuparam. Os vereadores que chegaram ao legislativo para fiscalizar o prefeito, e que nunca o fizeram, são do DEM, do PCdoB, do PMDB, do PR, do PP, do PT, ad caterva, e consumiram cinco milhões de reais/mês na vereança para entregar títulos de cidadania soteropolitana ! E nem isso eles fazem bem.
É constrangedor o que a Sociedade brasileira vem suportando dos poderes que deveriam gerir a coisa pública. A coisa pública líquida, os impostos, é saqueada quase sistematicamente , e a coisa pública sólida, o patrimônio comum, mas difícil de saquear, está abandonada. Esse é o resultado imediato de oito anos de executivo insano e de legislativo ausente. Mas os estragos estão acumulados há muitas gestões, esses que parecem não pertencer a ninguém. Ninguém parece responsável pela inexistência do transporte de massa de qualidade, pela má educação, pelo péssimo sistema de saúde, pelos buracos, pelo lixo. A Sociedade, que pagou os serviços, está obrigada a conviver com os desserviços como se não os pagasse. Os candidatos mentem, prometem, enganam, inventam fábulas para ocupar as gestões, ocupam, são regiamente pagos e distribuem títulos de cidadania soteropolitana.
No dia 28 de setembro, a Câmara de Vereadores de Salvador entregará o título de cidadão soteropolitano ao Sr. Malafaia, bispo da Assembleia de Deus. Mala suerte a nossa! Malas sem alça esses vereadores! Mal assados, todos nós, no inferno dessa má gestão mal fiscalizada. Não há Sociedade que resista a isso. Com mil demônios. Nem a Baía de Todos-os-Santos.

* Kraus Berg transcreveu.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Palavras Cruzadas sobre Anarquismo

Anarquismo

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Para brincar um pouquinho com a História do Anarquismo. Clique em cima do quadrado e veja a ajuda no quadro mais abaixo.


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sábado, 15 de setembro de 2012

Lula 2014


tonY pachEco

Ontem, dia 14 de setembro de 2012, foi um dia histórico. Nosso grande líder, Lula, esteve em Salvador e colocou seu bloco na rua visando voltar ao poder em 2014. Como presente a ele e aos seus marqueteiros, resolvi fazer um elenco de suas obras nos seus oito anos de governo para que sirva de roteiro para que se comece, desde já, a trabalhar a candidatura dele a presidente para suceder Dilma Rousseff em 2014.
Vamos lá, Lula!

O que Lula fez nos seus 8 anos de mandato que o transformou no maior líder político do Brasil em 512 anos? Enumeremos:

1) Vamos falar de gente, que é o que interessa. Lula transformou o SUS num sistema de saúde de referência mundial. E não fez mágica, apenas observou o que já existe no próprio Brasil: as elites, viu Lula, quando têm até uma dor-de-barriga, telefonam para o seu serviço médico particular e, pelo telefone mesmo, um médico lhes diz se irão ver o paciente ou se resolvem tudo por telefone. Caso necessário, o serviço de ambulância, tipo Vitalmed aqui de Salvador, manda uma na casa do paciente e ele é atendido. O que fez Lula? A mesma coisa. Hoje em dia, qualquer brasileiro, sem pagar nem um centavo por isso, além dos seus impostos, é atendido por telefone, de uma dor-de-barriga até um acidente vascular-cerebral. Há 10 anos não morre um brasileiro sem assistência médica. Os planos de saúde particulares, inclusive, estão fechando as portas no Brasil, pois o SUS, sob a batuta de Lula, transformou-se num sistema de saúde melhor do que os do Canadá e Noruega. Quando aparece um ou outro descontente com nosso SUS é porque é de direita.
Ponto pra Lula!

2) Uma oposição daninha vivia dizendo que Lula era “analfabeto” e, por isso, não dava valor à educação. Nos seus 8 anos de governo, o nosso líder resolveu dar o troco e transformou os professores na categoria de servidores públicos melhor remunerada, mais do que os auditores do Ministério da Fazenda que recolhem R$1 trilhão de impostos que os brasileiros pagam por ano. Transformou os colégios de todo o País em educação em tempo integral. Dos 7 aos 18 anos, todo brasileiro tem escola pública e gratuita em dois turnos, do Oiapoque ao Chuí. De manhã, milhões de “brasileirinhas e brasileirinhos” recebem um café-da-manhã ao chegar à escola. Têm aulas até 11 horas, quando almoçam nos colégios. Às 12h30 têm aulas de educação artística. Logo depois, praticam esportes e às 16h30 fazem um lanche e às 17 horas retornam pra casa. Assim, Lula matou dois coelhos com uma cajadada só: elevou nossos índices de aprendizado aos mesmos patamares da Suécia, Suíça, Coréia do Sul e Japão e tirou todos os jovens brasileiros das ruas, acabando com o mercado dos traficantes de drogas. E ainda matou o verdadeiro comércio da educação no Brasil, pois as escolas públicas, hoje em dia, são melhores que as particulares, levando estas gananciosas "fábricas" à falência.
Ponto para Lula!

3) Sob os 8 anos de Lula nosso ensino universitário, antes voltado apenas para o academicismo, passou a ser incentivador da pesquisa e da inventividade. Lula implantou nas universidades públicas o horário corrido. De manhã, ensino teórico. À tarde, pesquisa científica e empreendedorismo em todas as profissões.
Lula elevou os salários dos professores universitários aos patamares da Europa e matou as faculdades particulares, as "fábricas de diplomas", transformando o Brasil numa nova Alemanha.
Ponto pra Lula!

4) Com um ousado planejamento familiar, que enfrentou as igrejas sem medo, Lula estancou a natalidade no Brasil que inviabilizava todas as políticas sociais, pois em menos de 40 anos a população brasileira passou de 90 milhões para 200 milhões, o que jogava por terra todo esforço governamental, pois não havia política social que resolvesse os problemas, já que se atendia 1 milhão de pobres hoje e amanhã já tinha mais 2 milhões pedindo. Com o planejamento familiar, Lula finalmente pôde afirmar que acabou com a pobreza no Brasil, atendendo 100% das famílias e lhes dando uma perspectiva de futuro.
Ponto pra Lula!

5) Lula, depois de dar Bolsa Família, Bolsa Gás etc., deu um fim a este tipo de esmola oficial e simplesmente colocou a economia brasileira pra andar, desonerando a produção, desburocratizando a tributação e promovendo o pleno emprego, dando dignidade às classes trabalhadoras, que passaram a ganhar um dos maiores salários-mínimos do mundo, meta sempre anunciada pelo DIEESE e nunca conseguida pelos governos de direita que antecederam Lula. Com isso, todo mundo empregado e com a economia crescendo em níveis chileno, chinês e indiano, o Brasil acabou com as esmolas que ajudavam, mas tiravam a dignidade dos brasileiros.
Ponto pra Lula!

6) Na área de energia, Lula reforçou a nossa matriz energética e construiu várias usinas hidrelétricas para evitar um apagão. Deixamos também de pagar a mais cara eletricidade do mundo. Inaugurou usinas eólicas em todo o País, de norte a sul, e promoveu a energia solar levando-a até os lares e estabelecimentos comerciais e industriais. A Petrobras deixou de vender o óleo diesel mais cheio de enxofre do planeta (um veneno, que já havia desaparecido nos países desenvolvidos) e a gasolina mais cara do mundo, e passou a investir na despoluição dos próprios combustíveis que vendia. Hoje, nossa gasolina é de altíssima octanagem e o diesel o mais limpo do mundo.
Ponto pra Lula!

7) As rodovias, que tinham até 60% de sua malha em péssimas condições, segundo a imprensa de direita insistia, bradando as pesquisas da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), agora estão todas recuperadas e duplicadas em todos os grandes eixos, como a BR-101 e a BR-116, antes dois caminhos de rato sem acostamento. Hoje, são duas faixas de rolamento em cada sentido e acostamento em todas as rodovias, inclusive, na Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém e outras. E o melhor, o Brasil ficou igual à Alemanha: estradas excelentes SEM PEDÁGIO.
Ponto pra Lula!

8) Os portos, antes assoreados no primeiro governo Lula, ao final do segundo ele dragou todos, permitindo a entrada dos novos gigantescos navios que aportam na Holanda e na China. As filas quilométricas no Porto de Paranaguá acabaram e hoje o caminhão chega e embarca suas cargas em questão de uma ou duas horas. É o fim das perdas homéricas para a economia nacional, principalmente do agronegócio. O Porto de Salvador é um exemplo desta modernidade. É só dar uma passadinha lá pra ver a modernidade.
Ponto pra Lula!

9) Acabou o apagão aéreo graças a Lula. Os aeroportos foram todos modernizados, não há mais atrasos nem problemas de embarque e desembarque. Quem viaja sabe. Lula modernizou todos os aeroportos do Brasil. Só a imprensa de direita não vê. Quer ver, é só ir no nosso aeroporto e ver a modernização.
Ponto pra Lula!

10) A carga tributária brasileira de 40% do PIB (de cada 10 reais que se ganha ou produz, 4 se entrega ao governo) agora diminuiu. Estamos em patamares americanos e por isso a economia está crescendo estrondosamente, como temos visto no jornal Valor Econômico. Um espanto o nosso índice de crescimento, de fazer inveja a indianos, chineses e chilenos.
Ponto pra Lula!

11) O Brasil, considerado pelos inimigos internacionais, como primeiro lugar em consumo de crack e segundo lugar em consumo de cocaína, deu um basta no narcotráfico com Lula. Lula aumentou drasticamente os contingentes da Polícia Federal na área de fronteiras e depois de abater algumas aeronaves de traficantes vindos do Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela,  conseguiu vencer o narcotráfico. Ainda mais, destruiu todos os comandos de traficantes de drogas e armas que mandavam em extensos territórios urbanos em todas as metrópoles brasileiras e reduziu a criminalidade no Brasil a níveis da Suíça e Finlândia. Hoje, é tão seguro andar de madrugada nas ruas de Salvador, Rio e São Paulo quanto é em Genebra ou Helsinki.
Ponto pra Lula.

12) Ainda na área de segurança, ao unificar as polícias civil e militar em todo o País, triplicar os contingentes de policiais e colocar os salários e benefícios dos policiais em patamares europeus, Lula debelou a criminalidade no País e meteu na cadeia ladrões e assassinos, modificando a legislação brasileira que antes dele protegia os criminosos e nunca os punia, permitindo um sem número de artifícios legais para não prender ninguém. Com Lula, as empresas de segurança particular faliram no Brasil, pois a segurança pública está em níveis de Bélgica e Dinamarca.
Ponto pra Lula.

13) E o mais fantástico feito de Lula: abriu o crédito bancário para todas as classes populares, permitindo a todo brasileiro comprar um automóvel ou uma moto em até cinco anos, em suaves prestações, a juros menores do que os praticados nos EUA. Mas não encheu apenas as ruas de automóveis e motos para encalacrar as grandes cidades brasileiras. Não. Lula desenvolveu um gigantesco programa de obras de mobilidade urbana em todas as 50 maiores cidades do Brasil, num processo de reestruturação urbana de dar inveja a Deng Xiaoping e sua China, que se tornou pequena diante do avanço infraestrutural brasileiro. Assim, milhões de novos automóveis e motos fluem sem problemas de trânsito em Salvador, Rio, São Paulo, Fortaleza etc. etc. etc. Com viadutos, metrôs, “mergulhões”, passarelas, túneis, todas as cidades brasileiras sepultaram de vez o problema crônico de engarrafamento que existia antes.
Ponto pra Lula!

E vou parar por aqui. Com estes 13 temas, Lula pode partir para o seu terceiro mandato em 2014, com apoio de todos os brasileiros agradecidos. Só vai precisar de um novo marco regulatório para impedir que habitantes da Europa falida continuem entrando no Brasil clandestinamente visando encontrar aqui o que nunca tiveram na Europa: educação, saúde, segurança, mobilidade e felicidade.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Edimeire se declara a Dilma

PAIXÃO NA RAMPA PLANALTO

Miguezim de Princesa

I
Minha cara Dilma Roussef,
Querida dos brasileiros,
Cuidados com as raposas
Na porta dos galinheiros:
Os políticos te cortejam,
Mas o que eles desejam
São o poder e o dinheiro.

II
Sorrisos cheios de dentes,
Salamaleques, quetais,
Buquês de flores cheirosas
E para teus banhos, sais.
Muito cuidado com o banho,
Que o olho deste tamanho
Já entrou nas estatais.

III
Cuidado com os assédios
De Lulinha, paz e amor.
Ele começa cercando,
Te cobrindo de louvor.
Não é amor nem bondade,
Só quer pegar, na verdade,
De volta o que ele deixou.

IV
Olho aberto em Michel Temer,
Com cara de já-morreu;
Não se iluda com Lobão,
Que de energia se encheu;
Pra Sarney não dê refresco,
Pois ele tem parentesco
Com Cão Coxo e Zé Bedeu.

V
Dos políticos de Brasília
Não queira aproximação,
Porque a fama que corre
É de muita enrolação:
Sempre que podem, a mão metem,
Nunca cumprem o que prometem
Quando é tempo de eleição.

VI
Lembra daquele político,
Das bandas do cariri,
Que te chamava de bela,
Igual não havia aqui,
E, só para fazer fita,
Te achava mais bonita
Que Angelina Jolie?

VII
São todos interesseiros:
Beijam o pé, o braço e a mão;
Comem buchada de bode
Com conhaque de alcatrão;
Dão um abraço apertado
E carregam menino obrado
Só pra ganhar eleição.

VIII
Deixe esse povo de lado
E preste muita atenção:
Vi na rampa do Planalto
Sua verdadeira paixão,
Com um traje masculino
- Edmeire Celestino,
Uma moça do sertão!

IX
Ela quer te sequestrar
E levar pro cativeiro,
Que é o seu coração
Transformado num braseiro;
Fazer uma revolução
De amor e de paixão,
De um modo bem brasileiro.

X
O sonho de Edmeire
Terminou com uma algema,
Num leito de hospital,
Sem flores nem alfazema.
Em homenagem à paixão,
Eu, de todo coração,
Dediquei-lhe este poema!

Ferry: o que há por trás da indiferença dos deputados?


Rosemberg Pinto (PT) não levou em consideração a série de documentos mostrando que a TWB inviabilizou o sistema ferryboat e que que causou um enorme prejuízo ao Estado. Preferiu apenas defender um ''acordo'' entre as partes. Completamente desinformado sobre o sistema ferryboat, Luiz Augusto, do PP, seguiu na mesma linha.
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Causou espanto a quem assistiu a reunião de ontem promovida pelos deputados que integram a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa a desinformação total e o pouco caso que alguns parlamentares fazem em relação à gravíssima situação do transporte marítimo entre Salvador e a Ilha de Itaparica, explorado pela concessionária TWB.
Diante do quadro caótico apresentado pela Agerba, através do seu diretor-executivo, Eduardo Pessoa, fundamentado em relatórios de auditorias feita pela Fipecafi e pela Auditoria Geral do Estado, um trabalho que consumiu quase 12 meses, insistiam alguns parlamentares que era preciso, segundo se entendeu, o Estado perdoar a TWB e começar tudo de novo.
Leia também:
·                            diariamente pela população. O ferry opera com embarcações totalmente sucateadas, algumas até com rombo no casco, colocando em risco constante a vida dos usuários do travessia. Tudo por conta do sucateamento dos navios promovido ao longo dos últimos sete anos pela TWB, como provou o diretor da Agerba.
Será mesmo que os nossos nobres deputado, eleitos pelo povo, são tão desinformados assim? Será que eles não acompanham o noticiário da imprensa? Será que não assistem aos telejornais?
Ora, isso não importa. Devem acompanhar, sim. Mas o que interessa a esses parlamentares que defenderam tanto a TWB é que a situação do ferryboat siga no mesmo nível de caos. E que a concessionária prossiga na Bahia dilapidando o patrimônio público, ganhando muito dinheiro e arruinando a vida da população sofrida da Ilha de Itaparica e de uma parcela significativa dos moradores de Salvador.
Com certeza, esses parlamentares defensores da concessionária da três letrinhas – de ordinários serviços prestados à população, acusada pelo Ministério Público da Bahia, entre outras mazelas de praticar fraudes contra o Estado – nunca entraram em um ferryboat daqueles.
Um deles, o deputado Rosemberg Pinto, do PT, partido do governador Jaques Wagner, passou até mesmo por cima dos interesses da população, do governo e do Estado para chamar a atenção de todos para as ”consequências” do rompimento do contrato de concessão, que deverá sair até o final do mês.
Não é a primeira vez, é bom que se diga, que o deputado Rosemberg sai em defesa da TWB na Assembleia. O fato já se repetiu em pelo mesnos três oportunidades anteriores. O parlamentar, que é funcionário de carreira da Petrobras, mantém ligações de amizade com o dono da TWB, Reinaldo Pinto dos Santos, segundo informações que circulam nos bastidores da Assembleia e do próprio governo.
Como já foi divulgado, a empresa TWB é prestadora de serviço à Petrobras, através da Premolnavi Construções Navais, que atua em Pernambuco. Circulam informações, também, que Pinto, o deputado, teria incentivado Pinto, o dono da TWB, a implantar um estaleiro em Itaparica, que constuíria inclusive pequenas embarcação para o projeto do Pré-Sal. Felizmente para a Bahia esse projeto nunca foi executado. Seria mais um desastre para os baianos.
Rosemberg Pinto foi taxativo: “Eu não acredito em uma solução emergencial para o sistema ferryboat… É impossível sair de um serviço desse sem haver um pacto com a concessionária atual… Não acredito que exista empresa interessada no ferryboat…”
O deputado Pinto tentou jogar no esgoto todo o trabalho desenvolvido nos últimos 12 meses pelo Governo Wagner, através da Seinfra e Agerba. Dizer o parlamentar que não pode existir solução emergencial é um absurdo. Se o objetivo era encher a bola e deixar o dono da TWB à vontade para chutar e difundir suas mentiras na reunião da Comissão de Infraestrutura, tudo bem.
Em 2004, em uma situação muito menos grave, o governador Paulo Souto decretou a intervenção no sistema ferryboat operado na época pela Kaimi.
Outro parlamentar que também defendeu claramente a TWB foi Luiz Augusto, do PP. Totalmente por fora do sistema ferryboat, desconhecendo toda a situação anterior e a atual, esse parlamentar não disse coisa com coisa. Luiz Augusto com certeza absoluta nunca foi lá conferir o que é que a TWB oferece aos baianos. Trata-se de um fazendeiro, criador de gado em Guanambi, que não tem o menor compromisso com as reivindicações dos usuários e com o sofrimento da população.
“Eu quero ver se vamos terminar a reunião sem um acordo entre a Agerba e a TWB. Eu só quero ver”, gritou outro deputado, salvo engano o Sandro Régis. Como se a solução para o ferry fosse simplesmente um acordo entre as partes. Outro que não disse nada com nada foi o deputado Mário Negromonte Filho. E podia até ter dito se fosse um parlamentar que se interessasse pelo problema. Afinal, Negromonte foi chefe de gabinete do ex-secretário João Leão, por onde passavam os processos da TWB. Foi uma época muito propícia para a concessionária, que transitava com desenvoltura nos gabinetes da Seinfra e da Agerba.
A saída da TWB da Bahia, queiram ou não os nobres deputados que defendem a concessionária, não é apenas uma decisão do governo, da Seinfra ou da Agerba. É um anseio da população, que eles (os deputados) não querem respeitar e não se preocupam em defender. O Ministério Público da Bahia já recomendou a intervenção no sistema, com base nas informações seguras que passou a contar e que não deixam qualquer dúvida sobre a situação caótica e a total incapacidade de a TWB continuar à sua frente.
Como bem colocou a deputada Maria Del Carmem (PT), é muito estranho que agora se queira (os colegas dela) questionar as auditorias realizadas, o Ministério Público e o interesse do governo em querer melhorar o serviço prestado aos usuários. Infelizmente, os parlamentares, repetimos, uma boa parcela deles, demonstraram que não têm condições, qualificação e competência para resolver e nem apontar soluções para o problema do ferryboat.
Transformar a TWB em vítima soa muito mal principalmente para quem conhece as estripulias dessa empresa na Bahia. Tentar transformar o diretor Eduardo Pessoa, da Agerba, em perseguidor, como faz alguns setores da imprensa, é babaquice, é desinformação. É querer confundir a opinião pública com informações infundadas. Nada disso resolverá a situação vexatória do sistema ferryboat.
 *  publicado hoje no site jornaldamidia.com.br (pela transcrição, Tony Pacheco)

Elementar, meu caro Watson!


Ricardo Líper

Estou cansado de sermos, eu e meus amigos mais chegados,  hostilizados pelo PT. Mesmo que elogiemos alguns de seus membros e atitudes. E, às vezes, fico sensibilizado com atitudes de pessoas de outros partidos que são muitas vezes duramente criticados por nós, mas não nos hostilizam e, muito pelo contrário, em geral nos tratam bem e não nos boicotam. Não sei se são movidos por inteligência ou pelo caráter, mas os fatos são esses.  E só me interessam os fatos porque o resto, como bocas falantes e presepadas, dizer que é de esquerda e agir como direitona, já me cansou também e não dá para me iludir mais. Bocas falantes e desculpas esfarrapadas para atitudes fascistas não me enganam mais porque não sou mais menino nem débil mental.  

domingo, 9 de setembro de 2012

Manifesto Antieleitoral

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Em março de 1906, o semanário anarquista editado em Paris, L’Anarchie, publicou um manifesto antieleitoral escrito por Albert Libertad, jovem anarquista de 31 anos, intitulado O criminoso é o eleitor. O manifesto sobreviveu a mais de cem anos de prática eleitoral conservando o mesmo frescor e a mesma vivacidade. É sem dúvida uma das joias da experiência anarquista. Em meio à lama eleitoral, lê-lo ajuda-nos manter a saúde!

O criminoso é o eleitor

Albert Libertad

És tu o criminoso, ó Povo, por que és tu o Soberano. És, é verdade, o criminoso inconsciente e ingênuo. Votas e não vês que tu és a própria vítima.

Entretanto, ainda não sofrestes suficiente para ver que os deputados, prometendo defender-te, como todos os governos do mundo presente e passado, são mentirosos e impotentes? O sabes e ainda assim te lamentas! Sabes e os elege! Os governos, quaisquer que sejam, trabalharam, trabalham e trabalharão por seus próprios interesses, da sua casta e corporação.

Onde foi e como poderia ser diferente? Os governados são subalternos e explorados: conheces quem não o seja? Quanto mais recusas a responsabilidade de produzir e viver a teu modo, tanto mais suportarás, por medo, e forjarás tu mesmo, por crença na autoridade, chefes e diretores; saibas também que teus delegados e mestres viverão do teu trabalho e da tua imbecilidade.

Tu te lamentas de tudo! Mas, não és tu mesmo o autor das mil chagas que te devoram?

Lamentas da polícia, do exército, da justiça, das delegacias, das prisões, das câmaras, das leis, dos ministros, do governo, dos financistas, dos especuladores, dos funcionários, dos patrões, dos padres, dos proprietários, dos salários, do desemprego, do parlamento, dos impostos, dos fiscais, dos locadores, da carestia dos víveres, da terra e dos aluguéis, das longas jornadas na fábrica e na indústria, da magra ração, das privações sem número e da massa infinita das desigualdades sociais.

Lamentas, mas queres a manutenção do sistema em que vegetas. Às vezes te revoltas, mas apenas para sempre recomeçar. És tu que tudo produz, que trabalha e semeia, que forja e tece, que amassa o trigo e transforma, que constrói e fabrica, que alimenta e fecunda!

Porque então não consomes segundo tuas necessidades? Porque tu és mal vestido, mal alimentado, mal abrigado? Por que é o sem pão, o descalço, o sem teto? Porque não és teu próprio mestre? Porque te curvas, obedeces, serves? Porque és o inferior, o humilde, o ofendido, o servidor, o escravo?

“Le criminel c’est l’électeur”, disponível em: http://fr.wikisource.org/wiki/Le_Criminel_c%E2%80%99est_l%E2%80%99%C3%A9lecteur. Consultado em set/2012. Tradução de Nildo Avelino.