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quarta-feira, 20 de março de 2013

BRASIL ESCREVE "TROUSSE" E É PAÍS SEM NOBEL, SEM OSCAR, SEM NADA


JORNAL COMENTADO 76

TONY pacheco*

5:50 – Quarta-feira – 20.03.2013
Os trens do metrô de Salvador chegam ao nosso porto vindos da Coréia: fabricados com nosso minério de ferro vendido a preço de banana, que voltou a peso de ouro...

“Alunos escrevem receita de miojo e hino na redação”
(“Correio”)

“Estudantes tiram nota máxima no Enem fazendo provas com erros de Português”
(“Jornal Hoje”/”Jornal Nacional”, Rede Globo)

O Brasil disputava com o Reino Unido o posto de sexta maior economia do mundo e, hoje, com o “pibinho” de 2012, está em sétimo lugar. Mesmo sendo um país de economia grande em termos globais, o Brasil é um fracasso no que diz respeito ao desenvolvimento cultural e científico. Somos o único país dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que não tem sequer um Prêmio Nobel (em nenhuma das seis categorias - Física, Química, Economia, Medicina, Literatura e Paz -)  e no quesito Prêmio Nobel de Literatura, embora sejamos um país de mais de 190 milhões de falantes do Português, o único Nobel para nossa língua foi para Portugal, com a obra de José Saramago.
Já na área do cinema, o Oscar já foi para a Argentina duas vezes e para nossos filmes? Nada.
E por quê isso?

Levando-se em conta apenas o local de nascimento dos premiados, o país é listado apenas uma vez entre os mais de 800 laureados do Nobel desde 1901: com Peter Brian Medawar (1915-1987), nascido no Rio de Janeiro mas educado desde a adolescência na Grã-Bretanha, onde desenvolveu as pesquisas sobre transplantes e sistema imunológico que lhe renderam o Nobel de Medicina em 1960, em conjunto com um pesquisador australiano. Peter Brian foi educado pelos ingleses desde tenra idade e é tão brasileiro quanto a Torre de Londres...


Uma pista para o entendimento de nossa pobreza na área cultural pode ser avaliada pelas explicações que o Ministério da Educação (MEC) deu para o fato de que alunos que tiraram nota máxima no Enem 2012, simplesmente cometeram vários erros crassos de Português nas provas: “os alunos não fugiram da temática proposta”, disse o MEC.
Para os doutos examinadores do MEC, não fugiram da proposta os que escreveram, por exemplo, “enchergar”, “trousse”, “rasoavel”. Também não fugiu ao debate quem escreveu “é fundamental que HAJAM debates”.
Mas, curiosamente, entre as exigências do próprio MEC está lá: “DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO DA LÍNGUA ESCRITA”.
Parece que o MEC não sabe o significado real de suas próprias exigências...
Com isso, o Brasil, embora cresça economicamente em termos quantitativos, está sempre ATRASADO em termos culturais, qualitativos, o que se reflete nos fundamentos de nossa economia, toda ela PRIMÁRIA: somos exportadores de “commodities”, como soja, suco de laranja, frango, boi e produtos minerais como ferro. Não temos itens tecnológicos de ponta em nossa pauta de exportações.

VOCÊ JÁ PENSOU NISSO?

Você já se perguntou por que o Brasil não tem fábrica de automóvel verdadeiramente brasileira? A minúscula Coréia do Sul tem a Hyundai, a Kia e a Ssangyong. A China tem várias marcas, algumas já no Brasil, como JAC, Cherry, Lifan, Geely, entre outras. O Japão, país do tamanho de São Paulo, tem a maior do mundo, a Toyota, além de Honda, entre outras. A Rússia tem a Lada. Mas o mais impressionante fabricante do mundo em desenvolvimento é a Tata Motors, da Índia, que além de veículos ridículos como o Tata Nano, é DONA da Land Rover e da Jaguar.
O Brasil? O Brasil “monta” carros de outros países aqui e importa carros prontos de outros tantos...
E marca brasileira de celular, você já viu? Tem a coreana Samsung, a finlandesa Nokia, a americana Motorola... Agora, a gente exporta a matéria-prima a preço de banana e eles nos mandam os produtos prontos pra comprarmos a peso de ouro.
E TV? Todas as marcas são asiáticas, européias ou americanas. O Brasil só faz “montar” e vender a matéria-prima por centavos para ela voltar a preço de jóia para nós.
Você já viu aparelhos hospitalares de ponta com marca brasileira? Também não tem.

É FALTA DE EDUCAÇÃO

“Percebe-se, também, que não foi explorado adequadamente os múltiplos aspectos inerentes ao contexto da vida em rede os conflitos entre os espaços públicos e privados decorrentes dela. Portanto, nada há que se alterar na nota...”,
no qual faltam elementos de coesão e pontuação, além da adequação à norma culta no quesito “concordância”. Veja uma reformulação possível:
“Percebe-se também que não foram explorados adequadamente os múltiplos aspectos inerentes ao contexto da vida em rede nem os conflitos entre os espaços públicos e privados decorrentes dela. Portanto, nada há que alterar na nota...”.

Sétimo parágrafo

No sétimo parágrafo, a regência nominal está incorreta no trecho “forma poucoconsistente ao ponto de vista...”, em que, segundo a norma culta, cabe a preposição “com” (“consistente com o ponto de vista”).


O problema central do Brasil, como diz o senador Cristovam Buarque, é a educação. Nossos grupos dominantes ou são absurdamente elitistas, como nos governos da ditadura militar e os presidentes do período democrático até FHC, ou então são incrivelmente toscos, como os que vieram depois de FHC. Tão toscos que aplicam um exame nacional para apurar o aprendizado dos alunos de ensino médio (Enem) e dão NOTA MÁXIMA a alunos que escrevem “ENCHERGAR” e “TROUSSE”.
Um país assim jamais ganhará Nobel em coisa alguma e continuará exportando minério de ferro para a Ásia para voltar para nós a preço de ouro como locomotivas e até os trilhos para estas mesmas locomotivas...

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“No gargalo do agronegócio, ir a pé ao porto é mais rápido que de caminhão”
(“Folha de S. Paulo”)

Para complementar o post acima, sobre nossa falta de educação, que nos condena a ser um PAÍS PRIMÁRIO eternamente, vemos o problema da infraestrutura no Brasil, que os ditadores militares tentaram dar um jeitinho, mas que nossos governos democráticos, a partir de 1985, AFUNDARAM DE VEZ, de José Sarney até a atual Dilma Rousseff. Mesmo tendo uma economia que vive de vender produtos primários, boa parte deles DETERIORA no caminho para o porto, como é o caso da soja de Mato Grosso, que apodrece por falta de infraestrutura.
No Terminal de Exportação do Guarujá (TEG), por exemplo, um caminhoneiro informou que levou 12 HORAS para percorrer 20 KM (distância do Centro de Salvador até o Aeroporto, que se faz em 10 minutos num domingo à tarde...). Os administradores do terminal, tal qual o MEC com suas “explicações” sobre o Enem, disseram: o TEG "está preparado e dimensionado para atender a demanda da exportação e trabalha de forma organizada para o recebimento coordenado de caminhões". Você pode acreditar nisso? Eu não.
É assim o Brasil: quem deveria levar o País a sério não o leva, então, como exigir que alunos escrevam corretamente e administradores de portos administrem com competência?

* tony Pacheco tem formação acadêmica em Economia, Psicanálise, Radialismo e é jornalista profissional.

Um comentário:

  1. Depois os babacas que moram em são Paulo onde tem a maior parada gay do mundo se aicham melhores que os outros brasileiros , e o que dizer dos gaúchos que se aicham cultos e europeus(descendentes de europeus fracassados que vieram para o brasil para não morrerem de fome poisna europa não teria lugar para eles ). Caiam na real brazucas estamos todos no mesmo barco e a culpa é do câncer que está instalado em brasilia .

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