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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Filosofando

Ricardo Líper


O que precisamos, meus caros amigos, é aprender a conviver com monstros sem nos deixar afetar nem nos destruir.
Sei que é difícil. Mas uma das grandes sabedorias da vida é a capacidade de desprezar. Cuidar de si. Tentar sobreviver com honra e desprezar aqueles que não a têm. Isso é milenar. Isso vem do Japão dos Samurais, dos espartanos, dos guerreiros de todos os povos. É a última fase de Foucault e sua ética/estética e também de Nietzsche: O cuidado de si, a estética da existência, a vida como uma obra de arte. 

Não deixem de ver o filme os 47 Ronin. É, segundo dizem, sobre um fato verídico. É a última versão feita pelos americanos que deram muita ênfase na magia e outras coisas para atrair o público atual. A crítica de alguns, a este filme, foi negativa. Não concordo. É um filme muito bem produzido. Gastaram muito dinheiro para filmar a história desses samurais. O resultado foi bom, prende a nossa atenção. Não sabia desse fato histórico narrado no filme. Tem um filme japonês clássico sobre o mesmo tema que vou procurar para ver. Se não pagasse quase metade do meu ordenado em impostos embutidos ou não em troca de nada, roubo legalizado simplesmente, iria ao Japão em dezembro, como ocorre todo ano naquele país, para  reverenciar. O reverenciarei, a partir de agora, na data certa, aqui mesmo. 
Não percam um grande filme sobre a forma melhor que o homem pode adquirir quando entende que ser homem não é comer mulheres como a moral católica ensinou desde que nasceram para criar a mão-de-obra para o capitalismo,  mas ter honra. Palavra esquecida e que o pobre do brasileiro não sabe nem o que é. E a arte, ja dizia Schopenhauer, é um fuga da realidade cruel e, momentaneamente, nos anestesia. Para ele não era a solução absoluta, ele sugere um ascetismo semelhante ao budista. Mas ter algumas horas em outro mundo, que não seja Salvador e muito menos o Brasil, já é um paliativo, uma espécie de terapia se quiserem, um remédio para o sofrimento. Por isso eu gosto tanto de ir ao cinema, de ler contos, de ir ao teatro. São duas horas de relaxamento. Acredito que funciona como uma meditação, guardando as devidas diferenças, para relaxar e fugir de uma realidade tenebrosa, injusta e diabólica. Faça a combinação: A Visita da Velha Senhora (procure na internet ou onde puder achar) e os 47 Ronin. 

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