Filmes Comentários

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Jogo da Imitação


Uma das maiores vitímas injustiçadas pela homorepressão


Um dos melhores filmes que já foram feitos na história do cinema.
A história é inicialmente sobre a construção de uma máquina pelo serviço secreto inglês para decifrar as  mensagens nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Aparentemente poderia ser uma coisa chata. Sim, poderia ser. Mas não é. Quem fez o filme conseguiu um grau de suspense na construção dessa máquina que supera qualquer filme de ação a que estamos acostumados e não é nenhum pecado gostarmos de filmes de ação.  O impressionante é que não é ficção. Muito pelo contrário, foi absolutamente real. È a biografia de Alan Turing um herói da Segunda Guerra Mundial que salvou, com sua máquina, as vidas de 14 milhões de pessoas, conseguiu abreviar o fim da guerra em 2 anos e ainda foi o criador do computador no qual, agora,  você está lendo sobre ele. Mas não é só isso. Esse homem que salvou 14 milhões de pessoas foi um dos maiores casos de ingratidão que um país e que todo o mundo pode fazer com uma pessoa. Alan Turing era um gênio da Matemática e foi um homem que gostava de homens. E na Inglaterra daquela época era não só proibido, mas considerado um crime. Pois bem, ele foi descoberto e para não ser preso se submeteu à castração química, o que é um crime inominável. Ele se submeteu, e o filme deixa claro, porque o coitado ainda queria melhorar a máquina, isto é o computador, para todos nós usarmos hoje em dia. Quer dizer, ele livrou o mundo do nazismo e foi vítima de um nazismo inglês pela infelicidade de ter nascido naquela época e no Reino Unido. Pode ser que alguém que esteja lendo este artigo ache até que a Inglaterra tinha razão. Quem sabe quem está lendo esse artigo? Mas as coisas não são assim.
A verdade é que o ser humano não tem cio, não tem estro, segundo teorias científicas mais recentes.

Esse fato pode ser considerado uma evolução da nossa espécie. Por isso, nossos estímulos sexuais ocorrem com qualquer objeto possível de dar prazer que possamos imaginar. Daí alguns se relacionam consigo mesmos na masturbação, com outros animais, com vegetais, enfim, com os mais variados objetos. E depois cada um cria seu objeto preferido. Afinal, temos imaginação e não somos como os animais irracionais. Entretanto, seres humanos trabalham, são também mão de obra. Se não aumentar a população não se tem escravos ou operários ou trabalhadores suficientes para que os empresários possam pagar menos pelo trabalho. Daí povos com uma natalidade baixa em geral, como judeus, católicos no período medieval onde ocorriam muitas epidemias e mortalidade, passaram a proibir toda forma de prazer sexual que desperdiçasse o sêmen sem se reproduzir a espécie. A repressão e o domínio das liberdades sexuais passaram a ser perseguidas e as pessoas supliciadas. Foram diagnosticados como "doentes" e a monstruosidade se estabeleceu e nela Alan Turing foi vítima e mártir. Algum idiota, inocente útil, alienado, nazista, fascista, psicopata achou que ministrando hormônios em pessoas que não produziam com seu sêmen a mão de obra para ser explorada no capitalismo inglês poderia "curá-las" de uma coisa que não sendo doença não se pode curar. Portanto,  não é possível alterar a maneira evolutiva do homem, que não tendo um objeto de prazer sexual limitado pelo estro, pode sentir prazer sexual com vários objetos que o estimule entre os quais o mesmo sexo. Daí a tragédia com um dos homens que mais bem fez à humanidade. Que a vergonha e a indignação caiam sobre a "nobreza" e os governantes ingleses. Jamais devemos esquecer essa ingratidão e imensa monstruosidade. Não se pode, de jeito nenhum, deixar de assistir o filme O Jogo da Imitação, que termina com legendas dizendo como Turing salvou milhões de vidas, foi ele que criou o computador e como pagamento por isso ele e outros foram massacrados pelo nazismo ocidental que ainda hoje vigora em muitas pessoas cretinas, alienadas e psicopatas em muitos países. Diante do sofrimento com a castração química Alan Turing suicidou-se.

domingo, 25 de janeiro de 2015

"Depois da Chuva"

Ricardo Líper


Um filme cult. Jovens que sabem o que querem e o que não querem diante do autoritarismo de professores, de um lar burguês destruido, de colegas já envolvidos na corrupção embrionária de  novos partidos políticos e seus interesses na época da transição da ditadura militar para a tal "Nova República". 

Os atores foram bem dirigidos, As falas entrecortadas. O silêncio e poucas palavras dão um clima de revolta implícita. A música acompanha. Os ambientes de uma Salvador sem turismo, sem sol tropical e quase nebulosa. Enfim, uma filme com estilo. Um filme libertário. Um filme que tem sua estética própria. Que não se assiste sem ficar incomodado. Não percam. 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

CONSULESA DIZ QUE A FRANÇA NÃO SE ASSUME COMO MULTICULTURAL NEM MULTIRRACIAL

Clécio Max Rios Borges é radialista e jornalista, e nos traz a entrevista da consulesa da França em São Paulo, Alexandra Baldeh Loras, que é negra e muçulmana, como ela mesma se descreve e, por isso achamos interessante ver o ponto de vista dela:

"Diga, meu velho, tudo bem?

Dê uma olhada nessa entrevista.

Forte abraço, Clécio."

Liberdade, igualdade e fraternidade na França? Para quem?

13/01/2015 03h00

A questão acima é colocada por Alexandra Baldeh Loras, 37, francesa de origem muçulmana e judaica, que vive no Brasil há dois anos como consulesa do país em São Paulo.
Como todos os cidadãos franceses, ela procura respostas para os atentados terroristas em Paris em meio ao luto. Formada em ciências políticas e estudiosa do fenômeno da integração, ela assina um "[blog sobre minorias]"http://www.alexandraloras.com.
Fez sua tese de mestrado na prestigiosa SciencePo (L'École Livre de Sciences Politiques, onde se forma a elite política) sobre os negros na televisão francesa, onde foi apresentadora por sete anos.
Alexandra afirma que "a França ainda precisa se assumir como nação multicultural e multirracial" para evitar que alguns de seus filhos de ascendência árabe e africana não sejam "adotados pelo terrorismo".
A seguir, trechos da entrevista concedida dois dias depois do ataque que matou 12 jornalistas do "Charlie Hebdo" e na tarde do sequestro que acabou na morte de quatro reféns.
*
UM NOME FAMILIAR
Quando vi nos telejornais que o sequestrador do supermercado kosher em Paris se chamava Coulibaly, fiquei rezando para que não fosse um dos meus primos. É um sobrenome comum na África. O terrorista que matou quatro reféns não era meu parente, mas é como se fosse. É negro e francês como eu. O que aconteceu na vida dele para que se tornasse tão violento?
As mortes na redação do "Charlie Hebdo" e no supermercado são atos detestáveis do terrorismo. Antes de falar de liberdades, o respeito pela vida humana me leva a condenar os ataques categoricamente como um ato bárbaro inaceitável. Estou de luto pelas famílias das vítimas.
Ouvi e li nas redes sociais muitas reações violentas: "esses animais, selvagens, negro sujo, árabes imundos...". A lista de insultos é longa, mas gostaria de convidar a todos a se perguntarem o que levou esses franceses a cometer tais crimes hediondos. Os terroristas passaram alguns meses no Iêmen sendo treinados e várias décadas na França. Então, a base da identidade deles é francesa.
Apesar do nosso lema "liberdade, igualdade e fraternidade", fomos de geração em geração condicionados a pensar que o racismo e o sexismo são naturais. Uma hierarquia construída durante séculos declarou que os homens são superiores às mulheres, que só tiveram direito de voto em 1944, e que os brancos eram superiores a árabes e negros.
Foi uma dor imensa crescer na França como negra. Sou de origem muçulmana, já que meu pai é da Gâmbia, um país da África Ocidental. Nasci em Paris, de mãe francesa, branca e católica.
O que me machucava quando criança é que sempre me perguntavam de onde vinha. Até os meus 21 anos, eu não conhecia Gâmbia. Fui criada na França. Meu avô era comunista, foi secretário-geral do partido anarquista, mas era super racista.
O "Charlie Hebdo" é um jornal de esquerda, que sempre publicou charges que podem ser interpretadas como xenófobas, racistas e antissemitas. Defendem um Estado laico, o que não quer dizer ateísta. Ser laico, na verdade, é respeitar todas as religiões. Que liberdade de expressão estamos defendendo? Pode-se faltar com respeito a profetas reverenciados por uma comunidade que não tem poder nos meios de comunicação para se expressar?

JE SUIS CHARLIE
É muito fácil dizer 'Eu Sou Charlie'. Eu gostaria que todos fossem Charlie também quando jogaram o coquetel molotov na Redação anos atrás. Quando eles desenhavam Maomé de quatro. Quando Phillipe Val [ex-editor] foi vítima de violência da extrema direita. Quando o Charb [Stéphane Charbonnier, diretor da publicação morto no ataque] precisou de escolta policial por oito anos. Não é ser Charlie só hoje, quando houve a morte deles.
Eu me emociono ao ver a caminhada de quase 4 milhões de pessoas em Paris. É bom ver a França tão unida. Acho muito triste que tenham morrido personalidades conhecidas. Mas me entristece também a explosão de um carro bomba que matou 37 pessoas no Iêmen, em um atentado do mesmo grupo da Al-Qaeda, quatro dias antes do de Paris. Por que ninguém falou mais disso? As vidas do Charb e do Wolinski valem mais?
Após os ataques, tenho escutado: "Temos que matar esses terroristas". Vamos matar como eles mataram? É essa a solução? Sou contra a pena de morte. Gostaria de conhecer as reivindicações deles. Por que se tornaram loucos assim? Por que caíram no extremismo?
Para eles, talvez, nós é que sejamos terroristas. Quantas atrocidades foram cometidas nas ex-colônias? Pegaram argelinos, marroquinos, senegaleses para lutar pela França e defendê-la para ser um país livre. Aprendi na escola que eram voluntários. Hoje, documentários mostram que não tiveram escolha, as famílias eram ameaçadas. Há um lado da história da França muito obscuro, que ela não quer assumir.
A pátria mãe francesa parece ter esquecido os 400 anos de escravidão e 300 de colonização. A França ainda não se desculpou pela dores imensas que causou na África. Precisa se aceitar como sociedade multicultural e multirracial. E hoje ela não quer assumir esses filhos. Eu me coloco entre eles. Nos sentimos rejeitados. E me refiro aos africanos, aos árabes, aos asiáticos e aos judeus também. A todas as minorias.

PAI TERRORISMO
E quando um filho não tem pai, ele pode ter outro que o acolhe e lhe dá importância. O "pai terrorismo" pegou alguns desses filhos e deu a eles o senso de pertencimento a um grupo, lhes deu espaço, comida e dinheiro. Precisamos tentar resgatá-los.
Falam: "Ah, eles não se integraram". Eles têm que adivinhar como se integrar? A riqueza da cultura deles não tem que desaparecer. É a riqueza da França.
O prato preferido do francês hoje é o cuscuz. Entre os artistas mais amados estão Omar Sy —ator de origem senegalesa que ganhou o César [o Oscar francês], pelo filme "Os Intocáveis" (2011)— e Jamel Debbouze, ator e comediante de origem marroquina [de "Astérix e Obélix - Missão Cleópatra"].
É preciso ter coragem de pesquisar sobre esses jovens que vão para a Al-Qaeda. Saber o que vai pela cabeça deles para trilhar esse lado da escuridão. Do que eles precisam para se sentir parte do povo francês?
Sempre que abrem espaço para o debate sobre a França multirracial e multicultural convidam rappers e jogadores de futebol para falar, que nem sempre estão preparados para debater com o outro lado. Quase nunca convidam intelectuais. Só o Tariq Ramadan [professor da Universidade de Oxford, de origem Egípcia e autor de "Radical Reform, Islamic Ethics and Liberation"], que é muito inteligente, mas sempre pegam frases dele fora de contexto.
É como dar muito espaço para Michel Houellebecq [escritor francês que acaba de lançar "Submissão", livro sobre uma Franca governada por um partido muçulmano em 2022].
Eu não concordo com ele e outros pensadores, mas se falamos de liberdade de expressão temos que deixar todo mundo se exprimir. Não só os pensadores da extrema direita, que está crescendo.
É assim que criam um mundo muçulmano que eu não vejo ao meu redor. Entre todos os meus amigos e na minha família, ninguém é extremista. Eles não acham o lugar deles na sociedade francesa nem na África. Quando vão pra lá, tampouco são bem-vindos.

MONOCROMÁTICA
No poder e na televisão também, onde trabalhei como jornalista e apresentadora nos canais France 3 e TF1, sempre era a única negra. Aprendi muitas coisas tendo esse olhar de "infiltrada".
A França é ainda uma espécie de monarquia. Cortaram a cabeça do rei, mas ele ainda vive na elite oligárquica. Houve a revolução de 1789, mas todo o espectro atual de líderes empresariais e políticos é aristocrata. Eles não representam a diversidade da França de hoje.
É o mesmo em governos de direita ou de esquerda: são brancos e elitistas. São intelectuais que cresceram no "quinto arrondissement" [região administrativa de Paris], foram estudar no sexto e trabalhar no sétimo. São da "rive gauche" [margem esquerda do Sena]. Não conhecem o que acontece lá fora.
Na ENA [École Nationale D'Aministration, símbolo da meritocracia republicana francesa], onde os presidentes estudam, só tem brancos. Na SciencePo, todos os alunos afrodescendentes franceses acabam indo trabalhar nos Estados Unidos e na Inglaterra. Eu me formei lá.
Muitos falavam: "Ah, você é parte da cota?" Eles selecionam alguns alunos dos guetos que tiveram notas excelentes. Pensam que cheguei lá como parte desse programa. Respeito muito os cotistas, mas não percebem que me insultam ao concluir que uma negra não pode entrar lá por outro caminho.

INVISIBILIDADE
Fiz meu mestrado sobre a invisibilidade dos negros na televisão francesa. Quando vamos sair dos estereótipos? Tenho 50% de sangue branco, mas minha pele é negra. Tenho 50% de sangue africano e meu filho é louro. A pele de meu pai era de ébano. É um desafio ser mãe de um negro que é branco de pele.
Vejo no Brasil um racismo diferente. Quando vou ao clube com meu filho, me olham torto porque não estou usando branco como as babás.
Comecei a dar palestras nas escolas públicas daqui para trabalhar a autoestima das crianças de cor. Falo dos inventores e das grandes figuras negras. Aqui também os negros só são retratados dentro do estereótipo: no esporte, na música e no crime. Falo para os estudantes o que gostaria de ter ouvido na escola, mas que só descobri aos 30 anos no meu mestrado sobre o tema: a geladeira foi inventada por um negro, assim como a antena parabólica e o marca-passo.

A BABÁ
Os brancos têm que se olhar e ver os privilégios que têm. Precisam entender o que é ser negro ou árabe diariamente. E o que vem com isso, quando se está procurando um apartamento para alugar ou concorrendo a uma vaga de emprego.
O que é muito triste é que temos um marketing ótimo: a França defensora dos direitos humanos, a França da "igualdade, liberdade e fraternidade". Onde você vê igualdade e fraternidade? Quem tem liberdade de expressão? Só um lado.
Onde você vê os ciganos se expressarem? E eles estão lá há várias gerações. Você ouve falar dos sem-teto? Onde se fala dos jovens que não podem entrar numa discoteca por terem mais melanina?
O conhecimento é a melhor arma para combater a desigualdade e desconstruir os fundamentos do racismo e do extremismo. Quase nenhum escritor, filósofo, cientista negros e árabes ganha visibilidade na televisão e nos livros didáticos na França.
Ao investigar essa realidade, descobri que eles existem, sim, e que potencial e talento não têm nada a ver com a quantidade de melanina na pele. Precisamos reparar e aliviar a dor que nossa sociedade gera sem que nem percebamos. E tentar entender quanto é nossa responsabilidade ter criado esses monstros.

E eu respondi ao nosso querido Max, para continuar o debate de ideias:

Querido Clécio,
acho que Você e eu endossamos grande parte do que ela diz, mas nota-se que ela "esquece" alguns fundamentos, o principal deles, por exemplo, é a religião que ela adotou. Ela é muçulmana, só que a mãe, como ela mesma diz, é católica. Ela é muçulmana porque os homens muçulmanos não permitem aos filhos a escolha de outra religião. E ela adota uma religião que: 1) extirpa o clitóris das meninas (dizem que estão parando, em alguns lugares, mas está lá no Corão, não tiraram...); 2) considera a mulher propriedade do pai e depois do marido; 3) considera a mulher disponível para núpcias com homem de 15 anos ou de 75 anos, a partir dos 9 anos de idade; 4) prevê apedrejamento ("lapidação") de mulher que traia o marido e prevê nada para homem que traia a mulher; 5) uma religião que manda enforcar homoafetivos ou encarcerá-los; 6) uma religião que permite que um católico ou budista entre para o Islam, mas pune com a morte se um muçulmano passar a ser cristão ou budista no que eles chamam de apostasia.
Quer dizer, é difícil defender uma religião destas. O problema não é ser árabe ou ser africano, problema é ser muçulmano, um tipo de fascismo intolerável.
No resto, concordo com  ela, é um fardo ser diferente em qualquer sociedade, em qualquer ambiente e diferentes somos todos. Um branco rico baiano, quando chega em São Paulo é mal-quisto. Um branco rico brasileiro, quando chega em Nova York é mal-visto. Como disse outro francês, Jean-Paul Sartre, "o homem é uma paixão inútil" ou como diz o nosso doutor Ruyzin, filho da jornalista Ângela Guimarães, "este é o ser humano, uma espécie que deu errado". Concordo com ambos.

Tony Pacheco

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

POR QUE OS ATENTADOS NA FRANÇA ATRAÍRAM MAIS A ATENÇÃO DO QUE OS DE MADRID E LONDRES?

JORNAL COMENTADO 207
17:58 - 13.01.2015 - Terça-feira
tony paCheco

Você pode estar pensando: "Em Madrid morreu mais gente e não houve este clamor". Só que Paris não é Madrid. Procuramos responder a esta questão no programa da rádio CBN Salvador, levantando o porquê de a França estar no centro das preocupações mundiais com Direitos Humanos, liberdade, igualdade e, claro, fraternidade universal. Ouça o link e veja se concorda. Se não concordar, vá em "Comentário" e deixe sua opinião.

http://www.cbnsalvador.com.br/noticias/single-noticias/

noticia/colunista-fala-sobre-os-atentados-terroristas-em-

paris/?cHash=e01105196e4ef2a5e1380f63d88145f0