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domingo, 24 de janeiro de 2016

BRASILEIROS ENDIVIDADOS ATÉ O PESCOÇO E O CAOS INSTALADO NA CIDADES


ALEX FERRAZ

Devo, não nego, pago...Quando?

A notícia: "Cerca de 59 milhões de brasileiros começaram o ano na lista de inadimplentes. O número é o maior já registrado desde que o levantamento passou a ser feito pela Serasa Experian, em 2012. O total de dívidas chega a R$ 255 bilhões. O aumento em relação à janeiro de 2015, quando 54,1 milhões de consumidores haviam começado o ano no vermelho. Neste cenário de recessão prolongada, a principal causa da inadimplência no ano de 2015 foi o desemprego."
O comentário: não foram poucas as vezes que, aqui, na última década, critiquei o endividamento irresponsável incentivado pelo populismo cretino das autoridades deste País.

Estamos entregues às moscas

Em Niterói (RJ), a população praticamente já não sai mais de casa a partir das 20 horas. O motivo é o implícito toque de recolher que a bandidagem vem espalhando por todo o País. Assaltos, assassinatos, todo tipo de violência grassa na cidade.
Claro que não é a única. Em São Paulo, o pau come, inclusive – e diria mesmo, principalmente – em dos bairros mais badalados, reduto de milionários e sede do governo paulista, o Morumbi: de novo, assaltos, assassinatos, sequestros.
No Rio de Janeiro (precisaria falar?), o faroeste é generalizado. Dos tiroteios nas favelas, matando dezenas de inocentes, aos assassinatos cometidos por uma Polícia que não titubeia em falsear cenas e ser corrupta, até a morte também de policiais honestos (existem, sim!), passando pelos arrastões, mostrados quase todo dia pela TV, nas praias mais badaladas e frequentadas. E olha que a dita Cidade “Maravilhosa” será sede do maior evento esportivo do mundo, a Olimpíada, que, também, deve estar eivada de atitudes corruptas, coisas de que, como ocorreu na Copa do Mundo, só teremos informações mais precisas depois que a onda ufanista passar.
E lá vamos nós para Curitiba, cidade que, nos meus tempos de infância e adolescência, era referida como das mais civilizadas do País. Lá, agora, mortes, sequestros, tráfico e assassinatos sistemáticos, inclusive, de policiais.
Chegamos à Bahia. Em Vitória da Conquista, região de onde sou oriundo e na qual se dormia de janelas abertas até a década de 1970, mais tráfico, mais assassinatos, mais sequestros, mais intranquilidade, mais impunidade. De lá, em rápida passagem por Feira de Santana, onde os crimes também se multiplicam, chegamos a Salvador, onde, há poucos dias, um funcionário da Secretaria de Segurança Pública foi assassinado quase em frente ao prédio da SSP, na Piedade. Piedade esta onde eu, quando adolescente, costumava conversar com amigos até altas horas, naqueles bancos, e depois ir tranquilo para casa, nos Barris.
Acabou tudo e a situação só deteriora, a cada dia. Nem fiz um sobrevoo pelo resto do Nordeste e Norte do País, onde a violência, o descalabro, o tráfico, o absoluto desrespeito pelo ser humano e sua vida, também campeiam.
E lá em Brasília, onde também há muita violência e até toque de recolher nas chamadas cidades satélites, um horda de políticos que só enxergam o próprio umbigo, dizendo melhor, o próprio bolso, segue numa disputa ferrenha pelo poder. Quem não ganhou a eleição que levar no pau, quem ganhou e vem ganhando há mais de uma década luta de unhas e dentes pelo poder e pelo dinheiro (e jurando que não há “viva alma” mais honesta que eles. Risível, não fosse trágico) etc.
Os legisladores seguem suspeitamente mudos diante do caos na segurança pública, jogando para o fundo da gaveta toda e qualquer discussão a respeito do aperfeiçoamento de leis que possam reduzir a carnificina neste país que não tem nem como atender às vítimas das facadas e tiros.
E, pelo visto, assim seguiremos. E quem diz o que eu digo não raro é chamado de mal humorado, ranzinza, invejoso e coisas que tais. Então vamos lá. O mal é você saber que é possível, sim, viver de forma muito mais confortável do que a miséria crescente que se espalha por este paízote. Ai, ai...

Alex Ferraz é jornalista, colunista diário e repórter da Tribuna, e escreve neste espaço às sextas-feiras.

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