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sexta-feira, 15 de abril de 2016

ALEX FERRAZ E A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: OS POLÍTICOS ESTÃO USANDO O T.S.E. PARA LAVAR DINHEIRO?


ALEX FERRAZ



Estaria o TSE lavando dinheiro?

A notícia foi dada no dia 25 de novembro de 2014, entre outras mídias, pelo site G1: “A campanha eleitoral da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) arrecadou doações de R$ 318 milhões em dinheiro e gastou um pouco menos, deixando uma sobra de R$ 169 mil. Já a campanha de Aécio Neves (PSDB) captou R$ 201 milhões, mas, com gastos de R$ 216 milhões, ficou com uma dívida de R$ 15 milhões.
Os números foram informados nesta terça-feira (25) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e confirmados ao G1 pelos coordenadores financeiros das duas campanhas. A partir de agora, caberá à Justiça Eleitoral analisar os dados para conferir se as receitas e despesas conferem com o que foi informado pelos partidos.

Pois bem. Este foi o fato, digamos, oficial em relação aos gastos de campanha, revelando que as doações devem ter sido realmente substanciais. Dois anos depois, sucessivas denúncias feitas inclusive por executivos de empreiteiras que encheram os cofres de praticamente todos os partidos, mas notadamente apostando mais alto no PT e no PSDB, dão conta de que muito desse dinheiro teve origem espúria, fruto de propinas, num imenso escândalo de corrupção que teria beneficiado Dilma e Aécio.
Ora, os acusados de receber dinheiro sujo, incluindo diversos parlamentares, têm sempre uma resposta pronta, na ponta da língua, que eles acham ser um aval definitivo: “Está tudo registrado no Tribunal Superior Eleitoral” (TSE). Então, pelo visto, estaria havendo uma lavagem, ainda que, digamos, involuntária, desse dinheiro sujo em pleno TSE?


Recuso-me a acreditar, claro, que seja algo intencional. Mas, ao mesmo tempo, fico intrigado com o fato de dinheiro de corrupção passar despercebido pelo órgão máximo das eleições no País, e que tem, entre outras, exatamente a função de apurar e validar (ou não...) os recursos utilizados pelos partidos e políticos individualmente, em campanhas. A conclusão, enfim, é que o TSE não apura a origem do dinheiro do qual recebe “prestação de contas”. Uma falha imperdoável.
Assim, a sociedade brasileira, pelo menos a parte mais esclarecida e que (ainda) pensa, está a exigir do TSE um esclarecimento público sobre esses repasses registrados na corte pelos políticos e seus partidos. É preciso vir a público explicar, usando linguagem simples e inteligível pelos mortais comuns, como é feito o registro dessas verbas e o porquê de, aparentemente, não haver qualquer apuração quanto à origem do dinheiro. E se isso não é atribuição do TSE (?), que se crie, imediatamente, um órgão ISENTO que possa avaliar, detalhadamente, de onde vem o dinheiro dado de mão beijada aos partidos e políticos em geral.

Aliás, só para finalizar, devo registrar aqui a minha suspeita (já disse aos senhores leitores que sou um paranóico e vivo enxergando chifre em cabeça de cavalo) de que boa parte dessas verbas milionárias, e no mais das vezes de origem criminosa, não é gasta com a campanha, mas lavada e devidamente embolsada para engordar contas particulares. Infelizmente é este o objetivo primordial dos políticos brasileiros: enriquecer, e muito, à custa de doações espúrias, e, claro, do assalto aos cofres públicos. Se eu estiver mentindo, que me processem.

Alex Ferraz é colunista diário e repórter  da "Tribuna da Bahia" e solicitou a publicação deste artigo aqui no blog "OsInimigosDoRei".

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